Os homens podem produzir espermatozoides ao longo de suas vidas, então não há uma ‘menopausa masculina’, mas a fertilidade masculina diminui com a idade, de forma que um homem com mais de 45 anos pode levar cinco vezes mais tempo para ele e sua parceira conceberem
Para a mulher que sonha em ser mãe, a idade é uma bomba-relógio. Após os 35, a fertilidade diminui gradativamente, afetando a quantidade e a qualidade dos óvulos, até zerar a reserva ovariana com a chegada da menopausa. “No caso dos homens, essa não é uma preocupação, pois já é sabido que não há uma menopausa masculina, a chamada “andropausa”, e os homens podem produzir espermatozoides ao longo de toda a sua vida. No entanto, isso não quer dizer que a idade não afeta a fertilidade masculina”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “Um homem com mais de 45 anos pode levar cinco vezes mais tempo para ele e sua parceira conceberem do que se ele tivesse 25 anos ou menos. Quando o homem tem mais de 40 anos, ele e sua parceira têm 30% menos chances de conceber durante um período de 12 meses do que se o homem tivesse menos de 30 anos”, acrescenta o médico.
Segundo o médico, as mulheres tendem a ver sua fertilidade cair abruptamente no final dos 30 e 40 anos, mas para os homens, a fertilidade diminui muito mais gradualmente e a partir de uma idade mais avançada. A fertilidade masculina geralmente começa a cair entre os 40 e os 50 anos. “Mas depois dos 40, a concentração e a morfologia do esperma diminuem. Existem duas maneiras principais pelas quais a fertilidade masculina pode diminuir ao longo do tempo: alterações que afetam a libido e causam disfunção erétil (DE); e alterações na produção de esperma e sêmen. Os cientistas também descobriram que, à medida que os homens envelhecem, o esperma mostra uma crescente fragmentação do DNA, o que, por sua vez, aumenta os defeitos cromossômicos que desencadeiam o aborto espontâneo”, explica o especialista.
Com relação à dificuldade de ereção, a chamada disfunção erétil, o especialista argumenta que ela pode ter várias causas, incluindo testosterona insuficiente e má circulação sanguínea. Os riscos de disfunção erétil grave aumentam 300% entre os 40 e 70 anos. “A testosterona é o hormônio que controla a libido masculina, a capacidade de ejacular e a capacidade de atingir e manter uma ereção. A testosterona total diminui em cerca de 0,8% ao ano, e a globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) aumenta em 1,6% ao ano, o que os cientistas especulam que reduz ainda mais os níveis de testosterona”, diz o médico.
Quanto à qualidade do esperma, os cientistas concordam que ela diminui com a idade, mas há menos concordância sobre exatamente por que e como isso ocorre. “A queda na testosterona certamente desempenha um papel. As células de Leydig, nos testículos, geram níveis muito altos de testosterona que estimulam a produção de espermatozoides, mas essas células diminuem em número com a idade”, explica o Dr. Fernando. Há uma série de fatores que afetam a saúde do sêmen, de forma que os principais problemas são: concentração de espermatozoides (percentual de espermatozoides no líquido do sêmen); morfologia do espermatozoide (forma); motilidade do espermatozoide (capacidade de se mover para o óvulo). “Ainda não está claro se a concentração de espermatozoides cai significativamente. Alguns cientistas até acham que a concentração poderia aumentar ligeiramente com a idade”, conta o médico. “Os cientistas estão muito mais preocupados com a maneira como as mudanças na motilidade dos espermatozoides afetam a fertilidade masculina”, acrescenta.
Outro problema da fertilidade masculina tardia é a fragmentação do DNA espermático. As mulheres nascem com um número finito de óvulos, mas os homens continuam produzindo espermatozoides ao longo de suas vidas. “Cada vez que o esperma é produzido, ele reproduz o DNA masculino e, a cada replicação, há o risco de mutações ou fragmentação do DNA. À medida que os homens envelhecem, a fragmentação do DNA aumenta. Um aumento na fragmentação do DNA também significa um aumento nas anormalidades cromossômicas, que podem causar problemas de saúde, baixo peso ao nascer e aborto espontâneo ou natimorto”, diz o médico.
Há também um tema bastante controverso, mas importante: o risco de ter filhos com transtorno do espectro autista (TEA) aumenta com o avançar da idade paterna, já sendo notada essa diferença em homens que foram pais após os 30 anos e mais especificamente após os 40 anos. As razões para esse aumento no risco de ter filhos com TEA em homens com mais idade ainda não são conhecidas.
Homens mais idosos também podem sentir o efeito de um maior tempo exposto a toxinas. “Hoje, estuda-se muito toxinas presentes no nosso dia a dia como em comprovantes bancários, poluição e produtos químicos podem atuar como desreguladores endócrinos. Estes são materiais que interrompem a liberação dos hormônios sexuais que controlam a produção de esperma e a função erétil”, explica.
Como os problemas de fertilidade masculina geralmente estão ligados a outras condições de saúde, como obesidade, câncer, hipertensão, doenças cardíacas e renais, é possível que – com o avançar da idade – alguma dessas doenças se relacione com a infertilidade masculina. “Doenças cardíacas e hipertensão, por exemplo, afetam a saúde vascular e aumentam os riscos de disfunção erétil. A obesidade pode afetar o equilíbrio hormonal. Todas essas condições são mais propensas a afetar homens mais idosos do que homens mais jovens”, comenta o médico.
O que os homens podem fazer para manter sua fertilidade?
Não é comum que homens busquem estratégias para preservar a fertilidade, a menos que tenham alguma doença cujo tratamento comprometa a capacidade reprodutiva. “Nos casos de tratamentos oncológicos, ou quando homens precisam fazer alguma cirurgia que possa interferir na capacidade reprodutiva, ou ainda quando vai se fazer vasectomia, pode-se deixar o sêmen congelado previamente, pois se no futuro houver mudança de planos, esse sêmen congelado pode ser usado para uma nova gravidez”, diz o Dr. Fernando.
Mas para manter a saúde reprodutiva, manter um peso saudável e evitar toxinas conhecidas pode fazer a diferença. “Se você está tendo problemas para engravidar, também vale a pena considerar se há algo em seu local de trabalho ou ambiente doméstico que possa estar afetando sua fertilidade, mas o ideal é buscar ajuda de um médico especialista em Reprodução Humana. Para pacientes que já passaram dos 40 anos e estão com dificuldade para engravidar, os tratamentos de reprodução assistida ou esperma de doador podem ajudar a construir a família”, finaliza.
FONTE: DR. FERNANDO PRADO – Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.
Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar com 30 anos de experiência no setor.
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