O enigma em torno da morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, teve uma reviravolta nesta quinta-feira (30) com a prisão da mãe e do irmão da empresária. Mandados de prisão foram expedidos pela Justiça do AM pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico; irmão foi preso por acusação de estupro.
A polícia encontrou em posse deles medicamentos controlados e remédios veterinários, geralmente usados para sedar animais de grande porte.
De acordo com a Justiça, os mandados de prisão preventiva foram expedidos nos nomes:
- Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja Cardoso.
- Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja.
- Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza Belle Femme.
- Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro do mesmo salão.
- Claudiele Santos da Silva, maquiadora do mesmo salão.
A polícia conseguiu abordar a mãe, o irmão e a gerente dentro de um carro tentando fugir, por volta das 16h de quinta, e os três foram presos juntos. Com eles, foi detida uma mochila cheia de drogas.
A morte de Djidja segue sendo um mistério e não há muitos detalhes, mas a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) segue investigando as circunstâncias desse ocorrido.
Depoimentos
Durante o interrogatório policial, a ex-namorada de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, compartilhou ter usado ketamina e potenay, medicamentos veterinários, juntamente com ele e a mãe deles, Cleusemar Cardoso. Ela descreveu ter sido vítima de abuso sexual por parte de Ademar em algumas ocasiões enquanto consumiam essas substâncias.
Em outro testemunho, a atual namorada de Ademar revelou aos policiais que também fez uso dos medicamentos. Segundo seu depoimento, isso era uma condição imposta por Cleusemar, mãe de Ademar e Djidja, para que ela pudesse frequentar a casa deles. Era uma espécie de ritual de “purificação” para serem pertencentes a família praticados por uma seita criada por eles.
”São doentes”
Segundo a CNN, a advogada de Cleusimar Cardoso e Ademir Cardoso, os dois “são doentes”. A declaração foi dada na frente da delegacia onde os dois estão presos por suspeita de envolvimento na morte da ex-sinhazinha e empresária.
Lidiane Roque, que assumiu a defesa dos dois suspeitos, disse que a linha de defesa será atestar a incapacidade mental dos familiares de Djidja, pelo fato de serem usuários de alguns tipos de substâncias ilícitas.
Outros parentes acusam as pessoas mais próximas a ela de praticar crimes na casa da vítima, inclusive que faziam ‘rituais’ com substâncias pesadas. Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou os indiciados de negar socorro à vítima e incentivar seu vício em drogas.
“A Djidja morreu por omissão de socorro por parte da mãe dela e da turma do Belle Femme de Manaus. A casa dela na cidade nova se tornou uma Cracolândia. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles. A mãe dela sempre dizia pra nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela”, disse Cleomar.
Vídeo dos acusados chegando na delegacia em Manaus;
🚨AGORA: Mãe e funcionária de Djidja fazem barraco ao chegar na delegacia após prisão.
Os mandados são pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, e também pelo crime de estupro, em nome de Ademar Farias, irmão de Djidja. pic.twitter.com/IEIV8GPLkv
— CHOQUEI (@choquei) May 30, 2024
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