A natureza é regenerativa, ou seja, tem o poder de se renovar e, seguindo essa premissa, nosso sistema alimentar pode ser redesenhado de forma semelhante, para que possamos contribuir na preservação do solo, pessoas e, consequentemente, na economia. A alimentação regenerativa vai além do simples cultivo orgânico, buscando restaurar a biodiversidade, aumentar a fertilidade do solo, reter a água e reduzir a erosão.
Atualmente, a produção de alimentos tem influenciado tanto nas mudanças climáticas quanto na perda de biodiversidade, já que a quantidade de fertilizantes sintéticos, pesticidas e outras substâncias tornou-se parte do sistema, trazendo poluição para os ecossistemas e para a saúde humana. Sem contar com o uso de antibióticos na agricultura, que tem fortalecido os micro-organismos causadores de doenças, deixando-os cada vez mais resistentes às vacinas e medicações. A produção regenerativa de alimentos busca diminuir a dependência de insumos sintéticos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e promovendo a formação de solos saudáveis que auxiliam na restauração do ciclo natural do carbono. Solos bem cuidados têm maior capacidade de retenção de água, o que reduz o impacto de secas e chuvas intensas, diminuindo o risco de enchentes.
A produção regenerativa de alimentos utiliza práticas como: uso de insumos orgânicos, descartando ou até eliminando aditivos agrícolas sintéticos; bem-estar animal e práticas justas de trabalho para os agricultores; integração de árvores na paisagem por meio de agrofloresta; pastagem rotacionada para o gado, entre outras. Todos esses fatores levam a terras agrícolas semelhantes aos ecossistemas naturais, com uma infinidade de micróbios e polinizadores, essenciais para o solo.
A empresa brasileira Viva Regenera é especializada em alimentação regenerativa. Seus produtos têm origem em sistemas agroflorestais, na agroecologia e no extrativismo sustentável, fomentando naturalmente a regeneração e a cura do solo, a captura do carbono, a recomposição de ecossistemas e o enfrentamento das mudanças climáticas. O conceito foi adotado partindo do princípio que é necessário entender que a saúde do ser humano está conectada à saúde do planeta. Para que um alimento seja saudável não basta apenas ter procedência e alto valor nutricional, mas além de fazer bem para quem o consome, deve fazer bem para quem o produz e para o meio ambiente, de maneira que o ato de plantar, colher, produzir e consumir forme um ciclo de generosidade e abundância.
A Viva Regenera conta com cerca de 30 pequenos produtores e seis cooperativas em diferentes regiões do Brasil, valorizando a produção local e sustentável. São quatro unidades produtivas, sendo três em São Paulo e uma na Bahia. Segundo Romanna Remor – fundadora da VIVA Regenera, a alimentação regenerativa foca em produtos cultivados com práticas que restauram o solo, promovem a biodiversidade e valorizam os agricultores. “É um sistema que pensa no todo”, explica a executiva. A empresa brasileira se posiciona como um elo entre os consumidores conscientes e os produtores que se dedicam à agricultura regenerativa, oferecendo uma alternativa saudável e sustentável aos alimentos convencionais. Entre o portfólio estão presentes itens como cúrcuma, gengibre, guaraná, chás e infusões, açaí e cupuaçu liofilizado.
Além disso, os produtos provenientes da alimentação regenerativa são reconhecidos por sua alta concentração de vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos graxos essenciais e antioxidantes, que promovem uma sensação de bem-estar físico e uma alimentação mais saudável. Consumir esses alimentos pode ajudar na prevenção e tratamento de doenças, fornecer energia, auxiliar na perda de peso, entre outros benefícios. “As terras brasileiras nos oferecem frutos que são verdadeiros tesouros como as ervas, especiarias, ativos e alimentos capazes de nutrir o corpo e contribuir para alcançarmos mais saúde com bem-estar e contentamento”, completa Romanna.
- Neste artigo:
- Amelia Whitaker,
- ColunistaGLMRM,
- corpo e alma,
- RevistaGLMRM,