Polifenóis do chocolate amargo podem atuar no sistema nervoso central e nas funções neurológicas. Além disso, a cafeína presente no cacau pode melhorar o desempenho cerebral
Para quem quer cuidar da saúde, não há dúvida de que a melhor opção, não só na Páscoa, mas durante todo o ano, é o consumo do chocolate 70%, rico em polifenóis com ações antioxidantes que fazem bem ao organismo como um todo.
Aproveitando a tendência de suplementos nootrópicos que ajudam a melhorar o desempenho mental, é importante saber que o chocolate amargo também faz bem ao cérebro. “O cacau, presente no chocolate, contém polifenóis e é uma das principais fontes de polifenóis na dieta ocidental, contendo mais compostos fenólicos do que a maioria dos alimentos”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.
“Há três grupos de flavonoides nos grãos de cacau: catequinas (37%), antocianidinas (4%) e proantocianidinas (58%). Essas substâncias são os fitonutrientes mais abundantes no cacau e responsáveis por seus benefícios relacionados às ações anti-inflamatórias, antioxidantes e vasculotônicas. Os polifenóis do chocolate preto podem atuar no sistema nervoso central (SNC) e nas funções neurológicas através da liberação de óxido nítrico, responsável pela vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo cerebral que fornece oxigênio e glicose aos neurônios, levando ao aumento na formação e manutenção de vasos sanguíneos no hipocampo”, diz a médica.
O potencial antioxidante dependente do polifenol pode contribuir para a melhora de alguns distúrbios neurodegenerativos, segundo a médica Dra. Marcella Garcez. Além disso, a própria presença de cafeína, ligada a vários benefícios para aumento da performance cognitiva, é um destaque nos chocolates amargos.
O chocolate também pode ser um alimento funcional, formulado com suplementos. Isso é possível de ser feito nas farmácias de manipulação. “Os suplementos orais podem ser formulados em barras de chocolate e contar com substâncias que melhoram as funções cognitivas. Nas farmácias de manipulação, é possível formular o chocolate 70% com substâncias como In.Cell® e Lipo PS20®, que juntos atuam em neurotransmissores e membranas neurais para melhorar a memória, aprendizado, funções executivas, atenção e concentração”, explica a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec Dermocosméticos.
Os ativos podem ser encontrados em farmácias de manipulação e formulados em chocolates com porções pequenas para serem consumidas com moderação. De acordo com a especialista, Lipo PS 20® é um ativo padronizado em fosfatidilcolina e fosfatidilserina. “A fosfatidilcolina é a principal forma de estoque de colina, um componente crítico dos blocos de construção do sistema nervoso; já a fosfatidilserina é o principal fosfolipídeo encontrado na membrana celular das células cerebrais e que pode estar reduzido com o envelhecimento.
A diminuição da fosfatidilserina no cérebro pode estar relacionada com declínio cognitivo, o que poderia ser atenuado com sua suplementação”, explica Maria Eugênia. “Com isso, o ativo irá atuar no processo de formação de novas memórias, concentração, aumento do metabolismo e funcionalidade cerebral”, completa a farmacêutica.
Com relação ao In.Cell®, o ingrediente funcional é preparado a partir da gema do ovo, rico em DHA (ácido docosa-hexaenóico), aminoácidos essenciais, lipídeos e ácidos graxos poli-insaturados (ômegas 3, 6, 7 e 9), em proporções adequadas para o consumo humano e que irão aumentar a resiliência dos neurônios e melhorar a capacidade cognitiva, além de contribuir para a integridade das membranas.
“O DHA desempenha um papel crucial na formação de neurônios e sinapses, as conexões entre as células cerebrais. Isso se traduz em melhorias na memória de curto e longo prazo, bem como na capacidade de aprendizado”, explica a farmacêutica. “Além disso, traz benefícios para as funções executivas, como o controle inibitório, o planejamento e a resolução de problemas. E o DHA ainda está ligado ao aumento da capacidade de concentração e redução da impulsividade”, comenta.
Além disso, como In.Cell® traz aminoácidos essenciais em sua formulação, ajuda no crescimento e reparo dos tecidos, incluindo o cérebro. “Alguns aminoácidos específicos, como a leucina, a lisina e a arginina, desempenham papéis únicos no desenvolvimento cerebral e na função cognitiva”, diz a farmacêutica.
“A manipulação de ativos em chocolates é uma forma prazerosa e funcional de trazer benefícios ao organismo”, finaliza a farmacêutica.
FONTES:
DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez
MARIA EUGENIA AYRES: Graduada em Farmácia Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz com Pós-Graduação em Farmacologia Clínica. Atua no Setor Magistral desde 2000 onde atualmente é Gerente Técnica da Biotec. CRF 33.424.
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