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Brigitte Macron
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A elegância e o requinte do universo do luxo francês tanto impressionam quanto causam intrigas. Nesse território, onde até a escolha de um look pode enviar mensagens políticas e sociais de repercussão global, Brigitte Macron, a primeira-dama da França, demonstra suas preferências. Optando majoritariamente pelas marcas do LVMH, especialmente a Louis Vuitton, sua lealdade tem gerado algum desconforto entre outros gigantes da moda francesa, que se sentem eclipsados no cenário internacional.

Um exemplo de tal inquietação ocorreu no começo de maio. O figurino cor-de-rosa pó que Brigitte usou na coroação de Charles III serviu como mais um lembrete dessa parceria estreita. Um momento que poderia ter oferecido um holofote global para diversas grifes francesas foi monopolizado, mais uma vez, pela Louis Vuitton. Vestida da cabeça aos pés por Nicolas Ghesquière, diretor artístico das coleções femininas da maison, Brigitte chamou atenção.

Essas escolhas de moda vão além do gosto pessoal. Delphine Arnault, filha de Bernard Arnault, fundador e CEO do LVMH, mantém uma relação próxima com Brigitte desde meados da década de 2010, ou seja, bem antes da chegada dela ao Palácio do Eliseu. Esse relacionamento transcende a mera admiração pela haute couture e estabelece um círculo de influência mútua.

Elegância e poder: O Impacto da primeira-dama na moda

A esfera do luxo sempre foi dominada por personalidades influentes, e poucas são tão impactantes quanto as primeiras-damas que equilibram estilo e poder. Entre elas, Jackie Kennedy é um nome de destaque. Jackie estabeleceu um valor para si mesma que era, em muitos aspectos, incalculável. Ela não se limitava a uma única marca ou estilo e, ao contrário de Brigitte, suas escolhas de moda serviam como declarações políticas e culturais.

Esse legado destaca a forma como poder e estilo podem estar inextricavelmente ligados. E serve também como lembrete do potencial de uma figura pública bem vestida e consciente de seu poder. Mas há uma diferença crucial entre o tempo de Jackie e o de Brigitte: a importância atual da indústria de luxo na economia global.

Casamento de luxo e política: Quem realmente ganha?

Em um mundo onde o mercado de luxo continua a crescer apesar das incertezas globais, com projeção de movimentar US$ 355 bilhões (R$ 1,72 trilhão) nesse ano, segundo levantamento da consultoria americana Bain & Company, a aproximação entre políticos e titãs dessa indústria pode parecer uma progressão natural. Entretanto, as perguntas permanecem: nessa aliança entre luxo e política, quem realmente sairá ganhando? É uma questão com implicações que vão muito além do valor em euros ou dólares.

Brigitte parece abraçar este cenário com um certo grau de preferência, focando mais em um jogador-chave e causando certo desconforto entre os demais, relegados a papéis de coadjuvantes. Só o tempo dirá como essa convergência entre luxo e política se desdobrará, mas uma coisa é certa: ela tem o potencial de remodelar tanto a indústria da moda quanto o cenário político, cada um à sua maneira.

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