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Deborah Secco
Foto: Jorge Bispo

Quando Deborah Secco estreou como comentarista da Copa do Mundo, seus looks no programa Tá na Copa, do SporTV, tiveram repercussão bem maior que suas opiniões sobre os jogos no Catar. Peças do uniforme dos apresentadores da atração foram reaproveitadas e perderam bons centímetros de tecido para deixar as curvas da atriz em evidência. A camisa azul-marinho com o logo da emissora virou top, a calça cáqui foi convertida a microssaria e até um antigo paletó de Galvão Bueno ressurgiu como vestido decotado.

Em uma Copa marcada pela ascensão feminina na cobertura esportiva – da reportagem à narração das partidas – houve quem torcesse o nariz para a moda circular apimentada de Deborah. Uma jornalista do canal postou no Twitter: “Sensualização pra comentar futebol não empodera mulher nenhuma”. Deborah pensa diferente. Defende que “mulheres são plurais e nenhuma deveria se adequar para caber em certos lugares”. E, pelo menos no caso dela, a sensualidade foi elemento empoderador, sim. As personagens mais marcantes de seus 35 anos de carreira são hipersexuais e tiveram impacto na vida da atriz. No cinema, a prostituta de Bruna Surfistinha (2011), e Judite, a paciente psiquiátrica soropositiva de Boa Sorte (2014) lhe renderam prêmios de atuação. Bem antes disso, que noveleiro não amava as maldades da lolita Iris, de Laços de Família (2000), ou se divertia com a gafes de Natalie Lamour, a subcelebridade que topava tudo pela fama em Insensato Coração (2011)?

“Fiz papéis sensuais antes de entender minha sexualidade. Passei por situações de assédio sem saber como lidar”, conta ela, que estreou aos 15 anos na série Confissões de Adolescente (1994).

“Várias vezes fui constrangida e a forma que arrumei de me defender foi constranger de volta. Não sei se foi o caminho certo, mas foi importante para a construção da mulher que sou atualmente”

PERFEIÇÃO NÃO EXISTE

Foto: Jorge Bispo

A virada de chave, conta ela, aconteceu no casamento com o fotógrafo Hugo Moura – eles estão juntos há oito anos e são pais de Maria Flor, 7. “Meu marido me fez entender que posso ter ao meu lado um homem que gosta dos meus defeitos, abraça meus erros e respeita minhas falhas. Hoje sou a melhor versão da Deborah, em paz com a minha verdade, sem ficar me esforçando para agradar ou ser perfeita para ninguém.” A raiz dessa busca sufocante pela perfeição, conta, vinha de uma dor da infância – conclusão que chegou após 12 anos de terapia.

“Tive uma irmã mais velha, a Ana Luisa, que nasceu com vários problemas de saúde e morreu aos 5, depois de muito tempo vivendo em estado vegetativo. Passei a vida tentando preencher esse buraco sendo a filha perfeita, que não faria meus pais sofrerem. Aos poucos, isso foi me dilacerando”

O ponto de vulnerabilidade da atriz agora é outro: a maternidade. Na criação de Maria Flor, uma de suas preocupações é que a menina não se sinta pressionada a seguir os rígidos padrões estéticos a que ela já esteve exposta. “Tomei remédio para emagrecer dos 15 até um ano depois que minha filha nasceu. Sou fruto de uma sociedade doente”, pondera. “Não me sinto curada, mas me policio para viver em harmonia com meu corpo.”

Foto: Jorge Bispo

A reportagem completa sobre Deborah Secco está na nova edição da J.P, que já está nas bancas. Vai lá conferir!

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