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Gal Costa
Crédito: Reprodução Instagram

Um dos maiores nomes da música brasileira, Gal Gosta morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora e a causa da morte ainda não foi divulgada.

Gal cancelou sua apresentação no Festival Primavera Sound, que aconteceu no último final de semana, em São Paulo. Em setembro, ela passou por cirurgia para a retirada de um nódulo nasal que a deixaria fora dos palcos por cerca de dois meses, por recomendações médicas.

O velório, aberto ao público, será realizado na sexta (11), na Assembleia Legislativa de São Paulo, das 9h às 15h. O enterro será fechado apenas para amigos próximos e familiares no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, na Consolação.

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Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 1945, em Salvador. Sua estreia foi na década de 1960, ao lado de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé, Gilberto Gil, no espetáculo “Nós, Por Exemplo”, em 1964.

Gal integrou os Doces Bárbaros ao lado de Gilberto, Caetano e Bethânia. Sua primeira gravação aconteceu em 1965, com “Sol Negro”. O primeiro disco veio dois anos depois, “Domingo”, em parceria com Caetano. O disco também marca o lançamento do primeiro hit, “Coração Vagabundo”.

Nos anos 70, diferentemente de Caetano e Gil, que foram exilados, Gal ficou no Brasil durante a ditadura militar. Em 1975 teve a sua música mais famosa, “Gabriela”, tema de abertura da novela homônima, baseada no romance de Jorge Amado.

Ao longo dos anos 60 e 70, a cantora experimentou diversos estilos. Gravou Jorge Ben Jor com “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)” e rock com “Cinema Olympia”, mais uma de Caetano. “Meu nome é Gal”, de Roberto e Erasmo Carlos, uniu Jovem Guarda e Tropicália.

Gal estava em turnê com o show “As várias pontas de uma estrela”, no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. “Açaí”, “Nada mais”, “Sorte” e “Lua de Mel” são algumas das músicas do repertório.

Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado. A turnê ainda passaria pela Europa em novembro, mas também foi cancelada por conta da cirurgia. Uma das últimas apresentações da cantora ocorreu no Coala Festival, em setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

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Repercussão

O primeiro a comentar a morte da parceira de décadas foi Gilberto Gil. No Instagram, um de seus maiores companheiros compartilhou um vídeo olhando para o horizonte e destacou que ‘agora o canto dela fica conosco pro resto das nossas vidas, pra o tempo todo da nossa história’.

Caetano Veloso, seu parceiro mais constante e gravado, relembrou a surpresa ao se deparar com o canto de Gal. “Há muitos outros aspectos em que a canção brasileira se encontrou engrandecida por vozes femininas. Mas a emissão da voz em Gal era já música, independentemente do domínio consciente das notas.”

Muito emocionada, Bethânia gravou um vídeo: “Nunca pensei em um dia chegar a vocês para falar sobre a dor de perder Gal”.

A equipe de Chico Buarque anunciou que o cantor testou positivo para a Covid-19 e precisou cancelar as apresentações que faria em Salvador e não seguirá com a agenda por estar “sem condições emocionais” após a morte da cantora.

Rita Lee também prestou homenagem à cantora. “O nome dela é Gal, a garota da voz de veludo…as forças de luz estão com você…”

“Uma tristeza muito grande. Gal maravilhosa sempre!”, publicou Roberto Carlos.

Fafá de Belém falou da influência de Gal Costa na sua carreira. “Gal é (sim, É, porque ela sempre vai ser) uma das minhas inspirações como artista”, escreveu.

“Eu te amo e vou te amar pra sempre”, declarou-se Milton Nascimento, que compartilhou um vídeo cantando com Gal “Paula e Bebeto”, que fez história na interpretação da parceira.

Zé Ibarra, cantor que faz parte do quarteto Bala Desejo, lembrou a participação no show de Gal durante o festival Coala, em setembro. “Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Assim como quando aos 6 anos de idade descobri a sua música numa viagem à Bahia.”

“Tudo o que sou, minha voz, minhas paixões, meus impulsos, minhas percepções, minha confiança na vida, nada seria o mesmo se não houvesse Gal Costa”, escreveu Arnaldo Antunes.

Marisa Monte lamentou: “Que vazio, que silêncio na música brasileira”

“Uma das vozes mais bonitas da música brasileira”, disse Ney Matogrosso.

No Twitter, Zélica Duncan destaca o vazio sem a amiga.

“É inacreditável, mas perdemos Gal Costa”, disse Alcione ao compartilhar duas fotos com a amiga, sendo uma delas com uma lembrança de onde tudo começou.

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