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Bruno Luperi
Foto: Divulgação

Autor do remake de “Pantanal”, Bruno Luperi contou ter discutido com o avô, Benedito Ruy Barbosa, criador da história original, durante a escolha da atriz que viveria a nova Juma na trama das 9 da Globo. Para Luperi, a atriz teria que ser alguém jovem e pouco conhecida do público, enquanto o avô sugeriu nomes mais famosos para o papel.

“A primeira foto que vi da Allanis [Guillen] falei: é essa! Não tem o que falar”, lembra o autor, que contou ter batido o pé pela escolha da atriz com pouca experiência em novelas. “Meu avô é um cara de opinião muito forte. Ele estava completamente contra o perfil de atriz que estávamos buscando para a Juma”, diz Luperi, que contou ter dito para o autor: “Essa é a sua Juma”.

Em live com Joyce Pascowitch, o roteirista, que tinha apenas 2 anos quando a novela do avô foi ao ar, contou ainda como o Jove da trama, vivido por Jesuíta Barbosa, mudou e ficou mais complexo na nova versão.

“O tempo foi meu colaborador. Nesses 32 anos que passaram, muita coisa mudou. O Jove de hoje é um novo homem. Naquela época era um sujeito que virara um peão e pronto. Hoje, ele é a porta de entrada para falar desse novo homem, que não quer uma mulher à força”.

Luperi também comentou sobre os muitos temas que foram inseridos na história, como as lutas contra o racismo, o machismo, a homofobia, além de questões ambientais e ligadas ao manejo da terra, que acredita terem aproximado as novas gerações da trama.

“Fiquei com a sensação de que a minha geração ia gostar muito. É uma conversa que consigo ter com gente mais jovem, muitas delas engajadas com essa defesa da natureza. É como se permitisse a discussão de quase tudo que importa na nossa época.”

Em meio às adaptações aos novos tempos, o autor também elogiou o trabalho do avô e contou como uma das cenas mais comentadas da trama, um duelo de violas, foi uma aposta da direção em homenagear esse “Brasil profundo” que é uma de suas marcas na ficção.

“Meu avô fala do brasileiro e do caipira dignificando. Isso é muito bonito para nossa autoestima. O duelo de violas foi uma aposta nossa, a direção ficou com medo e foi um sucesso.”

Trindade e Irma

Durante o papo ao vivo, “invadido” por espectadores que protestaram pela separação do casal Trindade (Gabriel Satter) e Irma (Camila Morgado) nesta semana, o autor também contou que não dá muita importância à repercussão nas redes sociais – para o bem e para o mal – e que prefere ouvir os comentários de pessoas que o abordam no dia a dia, mesmo já tendo entregado todos os capítulos da trama antes da estreia.

“O legal de poder voltar a ‘Pantanal’ é voltar aos problemas do Brasil e mostrar às pessoas que é possível sair dessas situações. A Maria Bruaca mostra como sair de situações abusivas, por exemplo. Algumas amigas viram naquela mulher um espelho”, disse.

Assista à conversa na íntegra:

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