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Elvis
Foto: Divulgação/Warner Bros/Miu Miu

Não é para menos que a estreia de “Elvis” nesta quinta-feira (14) causa ansiedade. As músicas, atuação, roteiro e direção de Baz Luhrmann transformam a nova cinebiografia do rei do rock numa das estreias mais esperadas do ano. Para completar, os figurinos, criados por Catherine Martin e assinados por Prada e Miu Miu, desempenham um importante papel: ajudam a contar a história do astro na trama.

Dinâmico, o longa acompanha o início de Elvis Presley, interpretado por Austin Butler, no showbusiness. Entre altos e baixos, o cantor enfrenta uma luta incessante para ser aceito por quem era – um homem rebelde, icônico, sensual, o “James Dean” da música.

A seguir, GLMRM destaca quatro fatos que mostra que os looks ajudam a contar a trajetória do artista na trama:

Pouca grana, muito estilo

Catherine Martin, mulher do diretor de “Elvis”, foi escolhida para criar os figurinos do filme. Os dois Oscars de “Melhor Figurino” por “Moulin Rouge” (2001) e “O Grande Gatsby” (2013) provam que o tema era essencial à obra de Baz Luhrmann.

Em entrevista à Vogue dos EUA, Catherine contou que os pais de Elvis guardaram todos os recibos das compras que faziam – esse comportamento seria uma consequência da Grande Depressão (1929) do país. Com pouco dinheiro, o cantor usou a criatividade e, segundo a figurinista, abusou das calças onduladas, camisas de renda delicadas, lenços de pescoço e delineador nos olhos para criar o próprio estilo.

Sem se importar com a opinião alheia, Elvis misturava as peças chamativas porque acreditava em sua combinação. “Ele achava que os looks eram lindos, poderosos e fortes, e se sentia bem neles. As pessoas também amavam vê-lo naquelas roupas”, disse.

Parceria de sucesso

Para ajudar na construção da identidade de Elvis, a figurinista contou com looks assinados pelas grifes italianas Prada e sua “irmã mais nova” Miu Miu. Com desenhos inspirados diretamente nas roupas de Elvis e de sua ex-mulher e viúva, Priscilla Presley, Miuccia Prada, CEO da marca, colaborou com o diretor e sua mulher pela terceira vez. O trio trabalhou junto em “O Grande Gatsby” e “Romeu e Julietta” (1996).

“É uma grande amizade”, disse Miuccia em depoimento à Vogue americana sobre a parceria. “Podemos não nos ver por um ano e, quando nos reencontramos, é como se tivéssemos nos visto há cinco minutos – o que eu acho incrível. É realmente especial porque temos os mesmos interesses. somos curiosos, queremos entender como o mundo funciona. Nós amamos mistério”, completou.

Sem brilho, sem rebolado

A história de “Elvis” mostra que seu empresário Tom Parker, conhecido como Coronel (vivido por Tom Hanks), queria que ele parasse com as danças sensuais. Parar de rebolar, em sua opinião, era como se pedisse para ele ser outra pessoa. Afinal, o cantor já dizia que “se parasse de dançar, não conseguiria cantar”.

O figurino representa muito bem a angústia de Elvis no período no qual o Coronel pediu para ele parar com o rebolado. Nessa fase, o empresário traz uma arara com ternos pretos – similares aos de mordomos – para tentar dar um ar mais sóbrio ao artista.

Em um primeiro momento, Elvis obedece ao empresário, mas após se apresentar com os ternos pretos, sem nenhum brilho, considera ter feito o show mais vergonhoso da carreira. Para ele, era o preço de não poder ser quem era.

Looks que mandam mensagens

A tentativa de conter o brilho rebolativo de Elvis volta a se repetir em outros momentos. O Coronel firma um contrato com um programa de TV para Elvis cantar canções de Natal para agradar a família tradicional norte-americana. O cantor precisava vestir um suéter natalino para a apresentação, mas o público entende qual foi a decisão do artista muito antes de ele começar a cantar.

Na primeira apresentação, Elvis surgiu com um look todo preto para cantar para a plateia do programa de TV. Já na segunda, um outfit todo branco para protestar sobre o assassinato de Martin Luther King. As decisões de Elvis causaram uma discussão enorme entre ele e seu empresário.

Como a cena demonstra, os figurinos anunciam a decisão de Elvis muito antes de ele falar algo. Fica evidente que o artista sabia fazer uso da vestimenta também como forma de passar mensagens e expressar o que sentia.

Veja o trailer de “Elvis”:

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