Tido como desaparecido há anos, um quadro raríssimo de Pablo Picasso que possivelmente pode valer centenas de milhões de dólares foi visto dias atrás no mais inusitado dos lugares: a sala de estar de Imelda Marcos, a lendário ex-primeira-dama das Filipinas que, apesar de todos os perrengues que passou, jamais perdeu a pose e ainda é bastante querida por seus conterrâneos.
Viúva de Ferdinand Marcos, que governou o país asiático entre 1965 e 1986, a socialite de 92 anos foi filmada em casa, ao vivo, na capital filipina Manila, enquanto comemorava a vitória de seu filho Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr. na eleição presidencial que aconteceu lá no último dia 9.
Em imagens filmadas pelo telejornal “TV Patrol”, um espécie de “Jornal Nacional” filipino, Imelda aparece na companhia do herdeiro, abraçando-o entusiasticamente assim que o resultado do pleito foi divulgado, com a obra intitulada “Femme Couchée Lisant” (“Mulher Deitada Lendo”), assinada pelo artista espanhol em 1960, em destaque em uma das paredes de sua residência. O óleo sobre tela tinha sido confiscado pelas autoridades filipinas quando Ferdinand, o pai, morto em 1989, perdeu o poder três anos antes.
Como foi devolvido aos Marcos, ninguém sabe explicar muito bem. Mas em um documentário sobre a família de políticos lançado em 2019, “Femme Couchée Lisant” também apareceu de relance, mas sem chamar muita atenção.
Durante seu governo de mais de duas décadas, Marcos foi acusado de ter cometido várias violações de direitos humanos e também de ter se apropriado ilegalmente de fundos públicos que somam até US$ 10 bilhões (R$ 50,5 bilhões). Já Imelda e sua coleção de mais de 3 mil sapatos de grife se tornou uma espécie de ícone dos anos 1970 e 1980, causando um encantamento em massa que a fez chamar mais atenção do que seu marido na época.
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