Há 100 anos, Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Mário de Andrade idealizaram o que hoje é considerado um dos momentos mais marcantes para a cultura e produção artística brasileira: a Semana de Arte Moderna. Marco do modernismo no Brasil, a semana, também conhecida como Semana de 22, foi realizada no Theatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
O teatro foi ocupado por escritores, músicos, artistas plásticos e intelectuais para expor, declarar e discutir esse movimento de origem europeia que buscava romper com padrões estéticos tradicionais impostos desde o Renascimento. O evento, que contou com atos, mostras, palestras, apresentações e debates, também tinha como objetivo adequar o modernismo a uma realidade “mais brasileira”. Para refletir e mergulhar no que foi e representou a Semana, GLMRM separou cinco livros para ler e entender seu legado modernista.
1922 – A semana que não terminou
Escrito pelo jornalista Marcos Gonçalves e publicado pela Companhia das Letras, o livro dá vida aos personagens principais da Semana de Arte Moderna e descreve as famosas jornadas que animaram o Teatro Municipal nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
Modernismos 1922-2022
Com 29 ensaios sobre a Semana de 22, seus antecedentes e desdobramentos, a obra é organizada por Gênese Andrade, com consultoria de Jorge Schwartz, e reúne autores consagrados em diversos campos da crítica. Literatura, música, artes visuais, moda, urbanismo, sexualidade, raça, gênero, política e outros temas compõem um panorama caleidoscópico da modernidade e sua fulminante, mas problemática, inserção na cultura brasileira.
Anita Malfatti: biografia e estudo da obra
O livro traz ao público o mais completo estudo já feito sobre a vida da artista, de forma a compreender as condições de produção e recepção de sua obra. Abordando desde sua infância, seus estudos em Berlim e Nova York na década de 1910, as exposições individuais de 1914 e 1917, a participação-chave na Semana de 22, a estadia em Paris nos anos 20 e toda sua trajetória posterior, o volume inclui mais de 300 imagens, várias delas inéditas, um caderno com reproduções em cores de suas principais obras e uma cronologia.
Diário confessional
Os cadernos inéditos de Oswald de Andrade, um dos protagonistas do modernismo. Escrito à mão em dezenas de cadernos entre 1948 e 1954, ano da morte do escritor, o registro cotidiano de acontecimentos pessoais e familiares se mistura a uma constelação de reflexões sobre filosofia, literatura e arte, temperadas com ironia ferina. Com organização de Manuel da Costa Pinto, o livro inclui fragmentos sobre a Semana de Arte Moderna, num balanço retrospectivo realizado trinta anos depois.
Melhores poemas – Mário de Andrade
Em sua 8ª edição, o livro “Melhores Poemas – Mário de Andrade”, traz toda singularidade e estilo rápido e solto do escritor. Os poemas pertencem aos dois primeiros livros modernos, “Pauliceia Desvairada” e “Losango cáqui”, e introduzem as notações líricas e as meditações típicas de Mário de Andrade, com uma poesia do cotidiano, sempre na ânsia de quebrar com as estéticas tradicionais. Com seleção e prefácio de Gilda de Mello e Souza, essa antologia é uma ótima oportunidade de embarcar em uma aventura fascinante e explorar os versos ilustres do autor.
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