Por André Aloi
O fictício ghosting da troca de e-mails entre o presidente do país e a cúpula de
uma indústria farmacêutica catapultaram Esse Menino ao rol de memes da
internet com suas sacadas divertidas no viral da “Pifaizer”. O humorista mineiro
de 25 anos, que prefere manter seu nome em sigilo, aparece em frente às câmeras
em versão exagerada em seu programa de entrevistas EsseMenino.mp3, no
Multishow. Mais introvertido e nerdzinho na vida real, ele diz que é nos palcos que
se encontra. Excursionar pelo Brasil com seu espetáculo de humor inédito – em fase de finalização do roteiro – e se mudar para São Paulo estão nos planos para 2022.
“Desde que tudo aconteceu eu não parei. Eu segui quente, pelando e eu falei: é isso que eu quero mesmo, eu vou aproveitar e capitalizar essa atenção que eu tô recebendo. Mas, assim, eu tô exausto.”, desabafou ele em um vídeo em seu perfil do Instagram, nesta terça-feira. “Vou tirar férias, sem tempo certo de acabar. isso não é um “tchau”, é um “até logo”, legendou. ⠀
No recado ele revela que decidiu dar uma pausa da internet para cuidar da saúde mental, contando que já lida com depressão há muito tempo e que usou o primeiro dinheiro que ganhou para se consultar com um bom psiquiatra. A exposição também teria provocado ansiedade no humorista. No fim, ele deixou um recado para seus fãs e seguidores. “Quando tiver mais para oferecer, eu volto.”
Em entrevista à Revista J.P de Dezembro\Janeiro, uma das últimas conversas com a imprensa antes de anunciar pausa nas redes, Esse Menino diz que “Rir não anula nem faz os problemas irem embora”, mas garante que rir ainda é o melhor remédio para ele. Confira o papo na íntegra:
-
O que as pessoas não sabem sobre você, além do nome?
-
Meu sonho, quando criança, era ser bailarino e cantor de axé, puxar o trio. Era um apaixonado por babado novo.
-
Melhor da fama?
-
O público saber que você existe e, quem gosta, acompanhar. Quando faz show, vai lá te ver, quer saber e está interessado. E, também, poder pagar as contas.
-
Como gastou o primeiro dinheiro?
-
Paguei um psiquiatra bom, que estava querendo ir há muito tempo. Já desconfiava que tinha distúrbio de déficit de atenção, mas queria um diagnóstico. Tinha medo de começar a trabalhar demais, me atrapalhar e deixar a galera na mão. Também comprei uma botinha belíssima (risos).
-
Rir é o melhor remédio?
-
Para mim, tem sido. Rir não anula nem faz os problemas irem embora, nem diminui a existência daquela situação, mas faz passar por aquilo de forma mais tranquila ou amortecida.
-
O que te faz rir de nervoso?
-
Paquera… Gosto muito do flerte, aquela coisa da conversa. Mas, quando fica mais pesado, do tipo: ‘vambora?’, já fico mais agoniado.
-
O que te faz ficar “passado”?
-
No bom sentido, tudo o que aconteceu. Faz seis meses, parece uma vida e muita coisa mudou. Mas, no sentido ruim, todo o resto neste brasil, que está difícil.
-
Para quem escreveria outro e-mail fictício?
-
Para mim mesmo. Naquela semana [do viral], não aproveitei muita coisa. Estava cismado porque já estou na internet há um tempo e tudo o que bomba vem uma onda negativa junto. Estava com aquela síndrome de sabotador: ‘será que eu mereço?’. “ah, gata, deita os cabelos e fala com os famosos, vai dar tudo certo”, diria.
-
Algum famoso te deixou em choque?
-
Tatá Werneck. Me congelou, pois mandou áudio e vídeo. Foi incrível!
-
Já deu ou levou ghosting?
-
Muito nesta vida. Ao mesmo tempo que meu interesse vem ligeiro, eu perco na mesma medida. Mas já levei, também. ficam elas por elas.
-
O que a fama não tirou?
-
Boleto, chega do mesmo jeito… A vontade e o compromisso com a comédia.
-
Vício?
-
Instagram. Agora estou dando uma controlada. Sabe aquela coisa de você desbloquear o celular, abrir e nem saber que entrou?
-
Uma inspiração?
-
Hebe Camargo. Sempre gostei muito dela, uma comunicadora incrível. Com o programa, fiz uma pesquisa sobre os anos 1970 e acabei vendo muita coisa.
-
Bebida favorita?
-
Tem um refrigerante na minha região chamado mate cola. O melhor de todos!
-
Pecado gastronômico?
-
Colocar ketchup em tudo. Não faço mais porque sei que faz mal. Se deixasse, colocaria até no arroz e feijão.
-
Como gostaria de ser reconhecido?
-
Gostaria de ser reconhecido como alguém que escreve, porque a galera acha que é doidinho, liga a câmera e faz. Mas tem muito estudo por trás.
-
Um recado para o futuro?
-
Aproveita, bicha… As oportunidades que vieram e que virão, mas não deixe de se preparar. Quero voltar a estudar, seja porque não tive oportunidade quando mais novo ou porque parei. Quero estar mais afiado no improviso, escrita e atuação
- Neste artigo:
- Esse Menino,
- revista jp,