Os herdeiros de Aldo Gucci, que comandou a companhia por 30 anos, até meados da década de 1980, publicaram, nesta segunda (29.11), um comunicado em que demonstram sua completa insatisfação com a forma como foram retratados no filme “House of Gucci” (“Casa Gucci”, em português), de Ridley Scott. O comunicado foi publicado pela agência de notícias italiana Ansa.
Para os herdeiros, a obra os apresenta como “bandidos, ignorantes e insensíveis em relação ao mundo ao seu redor”. Eles reclamam, também, de não terem sido consultados para a execução do filme, o qual atribui “um tom e uma atitude” aos protagonistas que eles nunca tiveram. “Foi extremamente penoso do ponto de vista humano e um insulto ao legado sobre o qual a marca se constrói hoje”.
O comunicado ataca não apenas o filme em si, mas também declarações de alguns membros do elenco, principalmente no que diz respeito à caracterização da socialite Patrizia Reggiani (feita por Lady Gaga), condenada em 1998 por encomendar o assassinato de Maurizio Gucci (Adam Driver). A família entende que Patrizia foi mostrada como uma vítima tentando sobreviver em uma cultura corporativa machista. “Nada mais longe da verdade”, diz o comunicado. Segundo a família, na década de 1980, quando o filme se passa, havia na Gucci várias mulheres em cargos de chefia, fossem membros da família ou não.
“Gucci é uma família que honra o trabalho de seus ancestrais, cuja memória não merece ser perturbada para se montar um espetáculo que não é verdadeiro e não faz justiça aos seus protagonistas”, segue o comunicado. “Os membros da família Gucci se reservam o direito de tomar ações para proteger o nome, a imagem e a dignidade deles mesmos e de seus entes queridos”, conclui.
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