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Para celebrar o Dia da Mulher Negra, uma lista com artistas de todas as frentes que nos inspiram || Créditos: Getty Images

A população negra no Brasil corresponde a maioria, 54%, segundo o IBGE. Porém essa parcela populacional, principalmente as mulheres, também é a que mais sofre com violência. A mulher negra é, ainda hoje, a principal vítima de feminicídio, das violências doméstica, obstétrica e da mortalidade materna, além de estar na base da pirâmide socioeconômica do país.

O Dia 25 de Julho é uma data para trazer à memória de todos a luta das mulheres negras para uma sociedade mais justa, e, desde 1992, o dia ficou conhecido como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, desde 2014, foi instituído por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Mulher Negra e Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola símbolo de luta e resistência do povo negro. Para celebrar a data,  Glamurama relembra uma lista com artistas da atualidade de todas as frentes que nos inspiram a fazer a diferença.

Música: Isabela Cristina Correia

Iza || Créditos: Divulgação

Sim, você sabe quem ela é e, muito provavelmente, ama suas músicas. Isabela Cristina Correia, ou melhor, Iza, foi descoberta pela Warner Music em 2016 através do seu canal no YouTube e logo assinou contrato com a gravadora. E você talvez não lembre, mas antes de “Pesadão” estourar por aí, ela teve suas músicas em novelas da Globo como “Rock Story”, “Te Pegar”, “Vim Pra Ficar”, e até gravou uma versão de “I Put a Spell on You”, famosa na voz de Nina Simone, para novela “Pega Pega”. Ano passado, Iza foi anunciada como uma das 100 personalidades negras mais influentes do mundo por uma sociedade civil global voltada a homenagear pessoas que se posicionam contra o racismo e lutam pelos direitos dos negros. A lista é anunciada na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Em maio, a cantora de 30 anos teve outro reconhecimento internacional: a revista “Time” a colocou numa lista de 10 líderes mais influentes da nova geração no mundo. A publicação destacou que ela “usa o microfone como arma contra a a discriminação”.

Dramaturgia: Tatiana Tibúrcio

Tatiana Tibúrcio || Créditos: Divulgação

A interpretação sofrida de Mirtes Souza no especial “Falas Negras”, exibido pela Globo em homenagem ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), rendeu à atriz Tatiana Tibúrcio o prêmio de Melhor Atriz pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Tatiana comoveu a crítica e o público ao viver a doméstica, cujo filho Miguel, de 5 anos, morreu ao cair de um prédio de luxo, em junho de 2020, em Recife, por descaso da patroa da mãe, Sari Corte Real. Além de atuar no projeto, Tatiana também foi preparadora do elenco que contou com mais de 18 nomes representando pessoas que lutaram contra a escravidão, a segregação racial, o racismo, a intolerância ou que combateram por liberdade e justiça no programa idealizado por Manuela Dias e direção de Lázaro Ramos.

Artes Plásticas: Rosana Paulino

Rosana Paulino || Créditos: Divulgação

Artista plástica paulistana Rosana Paulino, graduada em Artes Plásticas pela ECA/ USP, especialista em gravura pelo London PrintStudio, já realizou diversas exposições tanto no Brasil como no exterior, atualmente é doutoranda em Poéticas Visuais pela ECA, não submete em sua obra a plástica ao discurso crítico, pelo contrário, explora a história do país e a atualidade de algumas práticas construindo imagens fortes que criticam a manutenção do sistema de desigualdades. Desde o início de sua carreira, Rosana vem se destacando pela produção ligada a questões sociais, étnicas e de gênero, tendo como foco principal a posição histórica da mulher negra na sociedade brasileira.

Literatura: Sueli Carneiro

Sueli Carneiro || Créditos: Divulgação

Aparecida Sueli Carneiro é filósofa, escritora e ativista do movimento negro brasileiro. Em 1988, ela fundou o Geledé-Instituto da Mulher Negra em que é atual diretora. É doutora em Filosofia e educação pela USP e juntamente com Lélia Gonzales é considerada uma das autoras principais do feminismo negro brasileiro. Sueli nasceu na Zona Norte de São Paulo, em 1950, filha mais velha dos sete irmãos de uma costureira com um trabalhador ferroviário. De sua vivência saiu sua percepção e seus estudos sobre o racismo, que posteriormente acompanharam os movimentos antirracistas e de feminismo negro no mundo todo. Além de escrever sobre gênero, raça e direitos humanos, nos anos 2000, Sueli abraçou a causa das cotas raciais nas universidades brasileiras, defendendo-as em audiência pública no Supremo, em 2010.

Dança: Ingrid Silva

Ingrid Silva || Créditos: Divulgação

Ingrid Silva, carioca de Benfica, primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem, é um dos grandes orgulhos do país no exterior. Há anos nos representando no universo do balé clássico, ela, que vive nos Estados Unidos desde 2008, aproveitou sua posição de destaque à frente a companhia de dança americana para criar movimentos de inclusão e representatividade. Até porque, nunca se sentiu representada nesse universo. Depois de lançar o EmpowHer New York, ferramenta que oferece um ambiente seguro para troca de ideias entre mulheres, ela se uniu aos amigos, também bailarinos, Fábio Mariano e Ruan Galdino para fundar o @BlacksinBallet, plataforma social digital que quer dar mais oportunidades a bailarinos de diferentes etnias do mundo todo.

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