Pensando sobre como será a vida no pós-pandemia, já vem na cabeça os agitos ou fica aflito e ansioso só de pensar em deixar a segurança da sua residência? Se você se encaixa na segunda opção pode ser que enfrente um fenômeno chamado ‘ressaca social’, que nada mais é do que sentir exaustão física e emocional após passar longos meses com um contato extremamente restrito com outras pessoas. Segundo Jodie Caiss, terapeuta e fundadora do Self Space, a situação pode ser comparada com a experiência de voltar para a academia depois de um grande intervalo.
“É útil lembrar que depois de longos meses de restrições, solidão e separação, quando se trata de flexionar nossos músculos sociais novamente, nos sentimos absolutamente exaustos depois disso”, disse ela em entrevista para uma revista britânica. “Você não vai tentar ter na sua primeira viagem pós-pandemia a expectativa de que será capaz de fazer tudo o que podia antes. ‘Ressacas sociais’ costumava ser reservado exclusivamente para introvertidos, mas agora muitos de nós estão se sentindo abatidos, nebulosos e esgotados”.
A sensação é de sentir uma pressão em cumprir a agenda de evento sociais. “A maioria de nós ficou em casa e teve uma interação social limitada. Então, com tantos encontros acontecendo, muitos estão se sentindo sobrecarregados e lutando para se socializar e com vontade de se retirar de volta a um espaço seguro”, entrega a especialista em psicologia e neurociência Ruth Kudzi, autora de Mindset Coach.
Ela também explica que faz parte do nosso instinto nos manter a salvo de riscos e perigos, mas esse viés negativo às vezes pode atrapalhar se acabar dominando os pensamentos. “Quando nossas situações mudam com o passar do tempo, elas se estabelecem e acabam virando nosso novo normal, como conectar-se com um amigo através da tecnologia e trabalhar em casa. Desta forma, os pensamentos dessa mudança podem aumentar nossas ansiedades, medos e crenças limitantes. Além disso, níveis mais elevados de cortisol (estresse) podem afetar nosso funcionamento cognitivo e levar à névoa do cérebro – uma sensação de opressão e não ser capaz de focar claramente ou absorver mais nada”, afirmou.