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Circulose || Créditos: Getty Images

A indústria da moda é a segunda que mais emprega no mundo, movimenta US$ 2,4 trilhões (R$ 12,8 trilhões) anuais e cresce em torno de 5,5% a cada ano, segundo relatório divulgado em 2017 pela Ellen MacArthur Foundation. Infelizmente, tanto lucro vem acompanhado de uma trágica realidade. O mesmo relatório revelou que a cada segundo o equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecido é queimado ou descartado em aterros sanitários. E, por ano, US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) são jogados fora com roupas seminovas e quase nunca recicladas. Frente a frente com esse cenário, designers de moda, cientistas e empreendedores investem, cada dia mais, na pesquisa de processos e materiais inovadores que sejam capazes de reduzir o lado ruim do setor.

E boas notícias têm vindo à tona! Entre eles, o Circulose, um novo tipo de tecido feito inteiramente de resíduos têxteis que, antes, seriam descartados. Desenvolvido pela Re:newcell, na Suécia, o produto tem como diferencial as tradicionais fibras regeneradas, como a viscose, que são feitas 100% de fibras têxteis já existentes no mundo, enquanto as demais são geradas através da dissolução da celulose da madeira. Com isso, é possível  preservar recursos, reduzir as emissões de carbono e a produção de químicos poluentes.

CELULOSE CIRCULAR

O nome Circulose vem da junção das palavras “celulose” e “circular” e explica bem o conceito da nova matéria-prima que é produzida pela extração da celulose presente no algodão de roupas descartadas ou resíduos da produção têxtil. Esse processo todo resulta em um material com características semelhantes ao algodão tradicional, porém biodegradável, reciclável e fabricado a partir de energias renováveis.

A tecnologia contribui para a preservação do meio ambiente e das fibras de algodão virgem, uma vez que a fibra, além de ser retirada de produtos já existentes, pode ser regenerada até sete vezes sem perder a qualidade. Efe Harald Cavalli-Björkman, gerente de marca da Re:newcell explica que este produto “tem um impacto climático mínimo, não requer o uso de materiais virgens ou terras agrícolas e tem uso mínimo de água, ao contrário do algodão convencional produzido por raiz vegetal, que também precisa de um uso considerável de pesticidas”.

PRIMEIRAS PEÇAS FEITAS DE CIRCULOSE JÁ EXISTEM

Na gringa, as produções de peças feitas a partir da Circulose já estão a todo vapor. Em 2020, a H&M, marca multinacional de moda, foi a primeira a produzir em grande escala um vestido com o material para a sua coleção de primavera-verão. Logo em seguida, a ​​Levi’s®, grupo referência em jeans, também decidiu apostar em processos mais sustentáveis e lançou uma linha em colaboração com a Re:Newcell, em julho do mesmo ano. Alguém por aí está ansioso para que a tecnologia chegue até as marcas brasileiras?

 

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