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Os produtos da Blue Moon fazem o maior sucesso na China
Os produtos da Blue Moon fazem o maior sucesso na China || Créditos: Reprodução
Os produtos da Blue Moon fazem o maior sucesso na China
Os produtos da Blue Moon fazem o maior sucesso na China || Créditos: Reprodução

Pan Dong é uma executiva de 55 anos que há duas décadas resolveu largar um bom emprego como professora de química em uma universidade de Guangzhou, no sul da China, para apostar em um sonho: produzir detergente, um “luxo” até então desconhecido entre os chineses. Com o apoio do marido, Luo Qiuping, Dong fundou naquela época a Blue Moon, uma fabricante de detergentes de roupas e de louças que, graças ao esforço dos dois mas principalmente dela, hoje em dia faz mais sucesso no país do que multinacionais como a Unilever e a Procter & Gamble.

Essa bonança, aliás, ficou bastante clara dias atrás, quando a Blue Moon fez sua estreia na bolsa de valores de Hong Hong. A oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) foi a maior desse ano no mercado de capitais do território autônomo chinês, e transformou Dong, a CEO da empresa e atualmente moradora de Hong Kong, em uma das mulheres mais ricas de toda a Ásia.

Isso porque a Blue Moon levantou mais de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em seu IPO, e atingiu um valor de mercado superior a US$ 11 bilhões (R$ 57,4 bilhões). Dona de 77% da companhia, Dong viu sua fortuna saltar para mais de US$ 8 bilhões (R$ 41,7 bilhões) do dia pra noite. Mas ela não foi a única que seu deu bem com a transação que desde então rende manchetes mundo afora.

Um dos investidores de private equity mais conhecidos da China, Zhang Lei, da Hillhouse Capital, foi procurado por Dong anos atrás, quando a agora bilionária era apenas a comandante de uma pequena fábrica que, apesar de lucrativa e bem gerida, ainda não dava sinais do que viria a se tornar. E de cara ele topou se tornar sócio dela.

Acreditando no potencial da Blue Moon, Lei aporotu US$ 46 milhões (R$ 240,1 milhões) em duas rodadas de investimentos que foram fundamentais para transformá-la em uma grande “player” em troca de aproximadamente 9% de seu capital – ou quase US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões), levando em conta a capitalização da gigante de produtos de limpeza.

A pandemia, claro, também está por trás dessas cifras. Com muitos moradores da China fazendo de tudo para se proteger do novo coronavírus, a venda de detergentes e afins em terras chinesas disparou como nunca antes, tornando-os itens de primeira necessidade por lá. Nas raras entrevistas que concede, Dong sempre deixa claro que teve dúvidas sobre a Blue Moon em seu começo, mas que a partir do momento em que decidiu se dedicar cem por cento ao negócio, seu objetivo sempre foi o topo. (Por Anderson Antunes)

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