Assim como faz todo fim de ano, Bill Gates divulgou em seu site oficial uma lista com os cinco livros que considera terem sido suas melhores leituras em 2020 – “um ano de preguiça”, como o cofundador da Microsoft mesmo descreveu. Apaixonado por literatura, o quarto homem mais rico do mundo – com fortuna de US$ 118,3 bilhões/R$ 600,7 bilhões – lê em média 50 livros a cada 12 meses, entre clássicos já publicados e lançamentos.
No caso de 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19 – que Gates, aliás, previu que aconteceria muito tempo atrás -, além de eventos como os protestos pelo Black Lives Matter nos Estados Unidos, Gates explicou que optou por temas mais leves, capazes de livrá-lo por ao menos algumas horas no fim de cada dia de ter que ficar pensando nas agruras da vida, mas sem necessariamente o alienando.
A seguir, Glamurama lista os “must reads” escolhidos por ele e seus motivos para tal. Continua lendo… (Por Anderson Antunes)
“A Nova Segregação: racismo e encarceramento em massa” – De Michelle Alexander, traduzido para o português por Pedro Davoglio e publicado no Brasil pela Boitempo Editorial: “Como muitas outras pessoas, tentei melhorar meu entendimento sobre racismo sistêmico recentemente. O livro da Michelle oferece uma oportunidade para isso, foi uma obra que abriu meus olhos sobre como um sistema criminal acaba prejudicando os negros e, principalmente as negras. Também inclui uma ótima explicação e um histórico muito bem compilado sobre os números por trás dos problemas causados pelo encarceramento em massa. Muitos desses dados eu já conhecia, mas a Michelle me ajudou a colocá-los num contexto melhor. Terminei de ler esse livro convencido que mais do que nunca precisamos investir nas comunidades negras”.
“Range: Why Generalists Triumph in a Specialized World”, de David Epstein, ainda sem tradução para o português: “Comecei a acompanhar o trabalho do David depois de assistir sua fantástica palestra TED de 2014 sobre desempenho esportivo. Neste livro fascinante, ele argumenta que, embora o mundo pareça exigir cada vez mais especialização – em sua carreira, por exemplo – o que realmente precisamos é de mais pessoas ‘que começam de maneira ampla e abraçam diversas experiências e perspectivas enquanto progridem’. Seus exemplos vão de Roger Federer a Charles Darwin e especialistas em assuntos soviéticos da era da Guerra Fria. Acho que suas ideias até ajudam a explicar parte do sucesso da Microsoft porque contratamos pessoas que tinham grande amplitude em seu campo e em todos os domínios. Se você é um generalista que já se sentiu ofuscado por seus colegas especialistas, este livro é para você”.
“The Splendid and the Vile: A Saga of Churchill, Family, and Defiance During the Blitz”, de Erik Larson, ainda sem tradução para o português: “Às vezes, os livros de história acabam parecendo mais relevantes do que seus autores poderiam imaginar. Esse é o caso com este relato brilhante dos anos 1940 e 1941, quando os cidadãos ingleses passavam quase todas as noites amontoados em porões e estações de metrô enquanto a Alemanha tentava bombardeá-los até a submissão. O medo e a ansiedade que sentiram – embora muito mais graves do que o que estamos experimentando com a Covid-19 – soavam familiares. O Erik dá a você uma noção vívida de como era a vida para os cidadãos comuns durante este período terrível, e ele faz um ótimo trabalho traçando o perfil de alguns dos líderes britânicos que os acompanharam durante a crise, incluindo Winston Churchill e seus conselheiros mais próximos. Seu escopo é muito estreito para ser o único livro que você já leu sobre a Segunda Guerra Mundial, mas é uma grande adição à literatura focada nesse período trágico”.
“The Spy and the Traitor: The Greatest Espionage Story of the Cold War”, de Ben Macintyre, ainda sem tradução para o português: “Este relato de não ficção concentra-se em Oleg Gordievsky, um oficial da KGB que se tornou um agente duplo dos britânicos, e Aldrich Ames, o vira-casaca americano que provavelmente o traiu. A recontagem de suas histórias pelo Ben não vêm apenas de fontes ocidentais (incluindo o próprio Gordievsky), mas também da perspectiva russa. É tão emocionante quanto meus romances de espionagem favoritos”.
“Breath from Salt: A Deadly Genetic Disease, a New Era in Science, and the Patients and Families Who Changed Medicine”, de Bijal P. Trivedi, ainda sem tradução para o português: “Este livro é verdadeiramente edificante. Ele documenta uma história de notável inovação científica e como ela melhorou a vida de quase todos os pacientes com fibrose cística e suas famílias. Esta história é especialmente significativa para mim porque conheço famílias que se beneficiaram com os novos medicamentos descritos neste livro. Suspeito que veremos muito mais livros como este nos próximos anos, à medida que milagres biomédicos emergem dos laboratórios em um ritmo cada vez maior”.0
Abaixo, um vídeo com Gates falando mais sobre os livros listados acima [ÁUDIO EM INGLÊS]:
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