Chegamos finalmente a dezembro, mês carregado de significados e tradições que variam de família para família, de cultura para cultura. Pensando em dezembro, logo relacionamos a Natal e Ano Novo, datas comemorativas em que festejamos e nos confraternizamos. Porém qual o sentido disso tudo? O que nos move para fazermos a tradicional ceia natalina? A mitológica troca de presentes e confraternização com nossa família? Max Weber pode nos ajudar a entender essas ações através de sua teoria sociológica de “Ação Social”.
Veja bem, Max Weber é considerado um dos tripés da sociologia (juntamente com Karl Marx e Émile Durkheim). Ele foi um sociólogo notável, que desenvolveu essa teoria que analisa a motivação e o sentido das ações das pessoas em um ambiente social, a ‘ação social’.
Para o alemão, ela pode ser entendida como qualquer ação realizada por um sujeito no meio social. Um pouco complicado, não é? Então, pense no seguinte: a ação social é quando uma pessoa tem determinada atitude e essa atitude carrega um significado, um sentido, na qual o determinante é quem comete a ação. E é algo que sempre impacta 2 ou mais pessoas.
Mas, e o Natal com isso? Weber vai incluir a ação social basicamente em 4 diferentes categorias de análise, e vamos comparar o comportamento de uma típica ceia de Natal dentro dessas categorias
- Ação social relacionada aos fins: É uma ação racional, que você sabe que está fazendo por querer atingir um determinado fim. Você procura os melhores meios para chegar ao que deseja. E como isso se comporta na ceia de Natal? Quando você prepara um look natalino para chamar atenção e receber elogios de quem está a mesa. Você separa e compara as melhores combinações de roupa. Conscientemente procura as que mais combinam com o clima da festa para se destacar e atingir seu objetivo de brilhar no Natal mais que os enfeites da árvore.
- Ação social racional com relação a valores: É motivada por fins morais, religiosos, políticos, estéticos, enfim, é ligada a valores. Podemos dar como exemplo as famílias que rezam antes da ceia agradecendo mais um ano que se passou e pela comida à mesa.
- Ação social afetiva: aquela cuja finalidade é fundamentada nos sentimentos – paixão, alegria, inveja, medo. Mas no Natal podemos ver claramente isso na troca de presentes. Você presenteia as pessoas que ama pela motivação de vê-las felizes e realizadas no momento em que se busca, mais que tudo, a harmonia, o conforto e a alegria.
- Ação social tradicional: a última categoria se fundamenta na tradição, na cultura e nos hábitos do sujeito da ação. Podemos pegar como exemplo um detalhe que divide opiniões e causa polaridade em toda ceia de Natal: uva passa no arroz. É uma ação social movida pela tradição de cada família, há quem ame, há quem odeie, há quem nem ligue, mas muitas vezes só é realizada por ser tradição no Natal.
Uma análise sociológica weberiana sobre a ceia de Natal, nada mais é que um convite para pensarmos nossas atitudes e, acima de tudo, nos conscientizarmos que somos motivados sempre por algo, e esse algo, nesse caso, visa a harmonia da família e dos participantes da confraternização. Confira o vídeo abaixo onde explico melhor as categorias de ação social! (*Audino Vilão, filósofo, cursa História na universidade e é youtuber – no insta @audinovilao e no Youtube)
- Neste artigo:
- Audino Vilão,
- Geração Z,
- Max Weber,