Nessa terça-feira, Joyce Pascowitch recebeu a escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, para uma live das mais especiais. Quinta ocupante da Cadeira 30, eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda e recebida em 3 de maio de 1990 pelo acadêmico Lêdo Ivo, Nélida tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia. Em sua biografia constam mais de 25 livros, e atualmente ela está na lista de finalistas do Prêmio Jabuti 2020, com “Uma Furtiva Lágrima”.
Nélida começou falando sobre sua vocação: “Minha mãe me falou um dia, quando eu tinha uns sete anos, que eu era muito inteligente, mas que falava muito mal e eu não entendia o por quê. Ela disse que eu precisava fazer surgir o que tinha dentro de mim para que as pessoas percebessem essa inteligência. E aquilo me marcou definitivamente. A palavra tem um peso extraordinário, diz quem você é e estabelece o nível das relações humanas. De uma forma integrada, ao me tornar escritora sabia que ia ter uma vida muito interessante, cheia de aventuras e viagens”.
Um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, Nélida foi grande amiga de Clarice Lispector e conviveu com gigantes nacionais e internacionais do seu universo. Sobre esse convívio, ela ressalta: “Fui aprimorando meu convívio, meus conceitos literários, foi reduzindo qualquer nível de vaidade, fui ganhando aos poucos a minha medida, e isso é fundamental”. Ela ainda falou sobre o atual cenário da literatura no Brasil e a mudança através dos tempos: “São os textos importantes que pautam uma nova estética. As invenções que não tenham essa base, vão embora. Só fica o que alarga os horizontes da criação. A literatura muda sempre, cada escritor faz uma alteração no edifício da literatura. As mudanças não impedem que você avalie quais os grandes livros produzidos”.
Ao final, ela deixou um recado para a nova geração de escritores: “Desejo que eles prossigam com suas pesquisas. Fico feliz de pensar que nós, mais velhos, temos sucessores. Eles são corajosos, estão lutando para abrir portas, não aceitam a censura. São pessoas capazes de lutar por suas causas e pela causa da literatura”. Confira a conversa completa:
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Uma mulher que nos orgulha, nos faz sentir a importância de viver a vida plenamente como ela
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