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Temperaturas altas e umidade baixa: cuide-se! || Créditos: Getty Images
Temperaturas altas e umidade baixa: cuide-se! || Créditos: Getty Images

Grande parte do Brasil enfrenta a temporada de seca, em que as temperaturas estão altas e a umidade baixa. Em São Paulo, por exemplo,  o calor superou os 37°, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta semana, e a cidade teve um déficit hídrico de 70 mm, no mês de setembro. Outra região do país que sofre com a falta de chuva é o Pantanal, localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que está com mais de oito mil focos de queimada pelas informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A natureza sofre e a população também com o agravamento das doenças respiratórias, ainda mais em tempos de pandemia em que o uso de máscara é obrigatório e aumenta a sensação de mal estar. Para ajudar as pessoas a superaram esse período da melhor forma, o médico pneumologista Arthur Feltrin tira dúvidas e explica as consequências do clima que vão além dos problemas respiratórios.

Glamurama: As máscaras de proteção contra o novo coronavírus são indispensáveis. Isso é um fato, mas você teria alguma dica para evitar desconfortos impostos pelo clima e pela dificuldade de respirar com as máscaras?

Arthur Feltrin:  Minha dica principal é: Mantenha-se hidratado o tempo todo, principalmente nos dias mais secos. Além disso, lave o nariz com soro fisiológico (pelo menos uma a duas vezes por dia). Esse procedimento vai ajudar a desobstruir as narinas e facilitar a respiração. Ah, se puder, mantenha os ambientes arejados e bem ventilados.

Glamurama: Assim como as vias respiratórias, durante os dias mais quentes e seco a pele pode ficar mais ressecada. Há possíveis agravamentos? Quais medidas podemos tomar para evitá-los?

Arthur Feltrin: O clima com baixa umidade pode afetar também as pessoas com epiderme sensível ou que tenham alguma predisposição para desenvolver complicações de pele, como perda de oleosidade natural (muito comum entre os idosos) e doenças crônicas, como dermatite atópica, por exemplo. Para prevenir esses malefícios, o ideal é evitar banhos muitos quentes, que podem acentuar ainda mais o ressecamento e investir em hidratantes que são fortes aliados para conter fissuras e rachaduras, que são portas de entrada para bactérias. Caso perceba manchas pelo corpo e note que mesmo com os cuidados a pele permanece extremamente seca, recomendo que busque por um médico da área para tratamentos específicos.

Glamurama: Além do agravamento de casos de alergias, quais as principais doenças causadas pelo tempo seco?

Arthur Feltrin: Os problemas respiratórios acompanhados de narinas e olhos ressecados, garganta seca, irritações nos olhos e pele, rouquidão e inflamação na faringe, são os mais comuns. Em alguns casos há também o agravamento de crises de asma, sangramento do nariz, desidratação, problemas cardíacos e aumento de acidentes vasculares cerebrais, pois com o clima seco e a baixa umidade do ar, o sangue fica mais denso e pode causar entupimento dos vasos sanguíneos.

Glamurama: Como essa realidade (clima seco com baixa umidade do ar) afeta a saúde respiratória?

Arthur Feltrin: Os dias de estiagem afetam as vias aéreas causando um ressecamento e comprometendo a proteção natural do nariz, o que facilita a entrada de vírus e bactérias. Com o tempo seco, as crises alérgicas também são comuns, principalmente nos grandes centros, como São Paulo, onde há uma grande taxa de poluição, causada por automóveis e indústrias que liberam poeiras, monóxido de carbono e até enxofre, partículas que quando inaladas afetam a saúde respiratória, causam ardência nos olhos, garganta seca, nariz escorrendo e, em alguns casos, até sangramento.

Glamurama: O uso do ar condicionado é muito comum durante esses dias quentes e mais secos. Ele pode trazer algum malefício para as vias respiratórias?

Arthur Feltrin: Apesar do benefício inicial, o uso desses aparelhos exige atenção para não prejudicar nossa saúde. O ar condicionado reduz muito a umidade local e provoca malefícios já comuns do tempo seco, como o ressecamento de  mucosas do nariz e boca e aumento de infecções respiratórias. Por isso, alguns cuidados importantes devem ser tomados como a higienização dos aparelhos anualmente, evitar diferenças muito altas de temperatura (máxima de 10 graus entre  externa e interna) para não ocorrer o choque térmico e lavar a cavidade nasal ao longo do dia.

Glamurama: Quais são as pessoas que mais sofrem com o clima seco?

Arthur Feltrin: As pessoas com problemas respiratórios, como asma, rinite e sinusite, são as mais afetadas pelo tempo seco. No processo de respiração, nosso corpo precisa de água para manter a mucosa úmida já que auxilia na proteção do organismo e quando isso não acontece, ela fica mais espessa e não consegue limpar as vias aéreas de modo adequado. Minha dica é se manter hidratado, investir em atividades físicas que ajudam na respiração, como yoga, meditação e pilates, por exemplo e colocar uma travessa com água no quarto antes de dormir.

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