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Marieta Severo como Alma ao lado de Cadinho (Alexandre Borges), em cena de ‘Laços de Família’ // Divulgação

Reprise escolhida para o Vale a Pena Ver de Novo, “Laços de Família”, que foi ao ar em 2000, está bombando nas rodas e redes sociais. Com cenas e personagens inesquecíveis, rever a trama é nostálgico não só para o público, como para Marieta Severo. Na pele da manipuladora Alma, ela rouba a cena na novela de Manoel Carlos.

Vinte anos se passaram e a atriz ainda lembra de detalhes das gravações. “Minha relação com o Gianecchini e com a Juliana, que eram iniciantes, ficou muito fixada na minha lembrança. O clima das gravações, as cenas, as dificuldades. O quanto eu tinha de estar presente ali. A minha experiência tinha de servir a eles também”, conta. Em entrevista ao Gshow, Marieta abre o coração e fala sobre os melhores momentos em “Laços de Família”. Confira!

Quais sentimentos a volta de ‘Laços de Família’ desperta em você?
Essa reprise me puxou um fio de memórias muito prazerosas. As lembranças são de muitas farras nas gravações, existia uma troca com os atores muito boa. Um clima bom de gravação é fundamental, traz muito prazer e alimenta o trabalho.

Como foi atuar em uma trama escrita pelo Manoel Carlos? 
Na época, com 35 anos de carreira, nunca tinha atuado em uma obra do Maneco. Tinha uma admiração enorme por ele, uma vontade muito grande de fazer uma novela dele. Então, quando fui convidada não tive a menor dúvida. O texto do Maneco tem uma característica irresistível, através da simplicidade do cotidiano ele vai penetrando na complexidade da alma humana, das relações familiares e das relações entre as pessoas. E vai desvendando o ser humano para o público. E também tem a riqueza dos diálogos, um prato cheio para o trabalho do ator.

Quais cenas foram mais marcantes para você?
Lembro muito dos duelos com a Helena (Vera Fischer). Nós tínhamos cenas grandes e intensas juntas. E tenho muita lembrança de uma primeira cena de peso com a Ritinha (Juliana Paes), quando a Alma descobre a história dela com o marido Danilo (Alexandre Borges). Lembro nitidamente da minha tensão, porque sabia que era a primeira cena com muito texto da Juliana e uma experiência determinante para ela. Então, eu precisava ampará-la, mas ao mesmo tempo deixá-la à vontade. Ainda me lembro do olhar dela naquele momento.

Como era a relação e a troca com o elenco com quem você mais contracenava?
Engraçado como as situações da realidade ficam mais presentes na memória do que as da ficção para mim. A minha relação com o Gianecchini e com a Juliana, já que era a estreia profissional deles, ficou muito fixada na minha lembrança. O clima das gravações, as cenas, as dificuldades. O quanto eu tinha de estar presente ali. A minha experiência tinha de servir a eles também. Gosto muito de contracenar com atores jovens, principalmente quando percebo que eles querem evoluir e ter uma relação honesta com a profissão, isso me dá uma enorme alegria. Já com o Alexandre Borges a troca fluiu naturalmente, era muito fácil fazer as cenas com ele.

Relembre um pouco a relação da Alma com o sobrinho Edu, de quem se sentia mãe, e com o marido Danilo. 
A relação da Alma com o Edu (Gianecchini) é digna de Nelson Rodrigues, porque ela é obcecada nele. E obstinada em protegê-lo. É um amor tóxico, como dizemos agora, porque é possessivo. Já com o Danilo é a juventude dele que a encanta, afinal já é o quarto marido dela.

Alma é forte, decidida e sofisticada. Como foi o processo de construção da personalidade dela? 
A Alma gosta de impor as regras dela. Tudo o que ela faz acha que é o correto e tem as próprias leis para a vida. Acha que todos precisam seguir as leis que ela determina. Sente uma grande necessidade de manter o controle das situações. Mas ao mesmo tempo é uma personagem positiva e alegre, muito saborosa de interpretar. Sentia sempre prazer e uma surpresa muito grande ao receber os textos.

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