O isolamento social tem produzido muita arte. E das boas. É o caso do fotógrafo Claudio Edinger. Em meio ao caos causado pelo coronavírus, graças a seu olhar apuradíssimo, ele vem registrando lindas cenas sob uma nova perspectiva, que representam a atual realidade do planeta. Na série ‘Quarentena’, Edinger mostra as pessoas em seus confinamentos, vistas sob um ponto de vista que reforça a sensação de distanciamento conseguido com o uso de um drone.
“Enquanto estava em quarentena no interior, comecei fotografando com um drone a filha de minha mulher, Alice, deitada no rio Jacaré Pepira. Depois fiz seu namorado Lipe na piscina e minha sobrinha Bia no meio de um jardim. Voltei para São Paulo e fiz meus vizinhos de prédio. É muito bom ter todo mundo à disposição, com tempo livre de sobra. E assim o projeto foi crescendo em diversas direções. Pessoas começaram a me ligar e quem me pediu, pelo menos no começo, consegui fotografar. Hoje estou fazendo o retrato número 80 e cada imagem que faço é pouco ou nada planejada. Fazia tempo que não trabalhava tanto”, conta ele.
Sobre o processo, Edinger diz: “Preciso ir lá ver, voar e aprender com cada imagem. Utilizo sempre o foco seletivo em meu trabalho e isso dramatiza a noção de isolamento, confinamento, solidão. Não gosto de formulas e procuro sempre que possível descobrir coisas novas em cada foto. A verdade é que as possibilidades do retrato aéreo não têm fim”.
Claudio Edinger, considerado um dos melhores fotógrafos do país, com vários prêmios e exposições, inclusive internacionais, avisa que vai transformar esse material em uma exposição e um livro, quando tudo isso terminar: “Já recebi algumas ofertas.”
Entre os fotografados para a série, nomes conhecidos, especialmente entre a turma das artes, como o arquiteto Eduardo Longo, os fotógrafos Rochelle Costi e Cássio Vasconcelos, os artistas plásticos Guto Lacaz e Alex Flemming, o pianista Marcelo Bratke, o restauranteur Charlô Whately, entre outros. “Fotografia é acima de tudo descobrimento. Fotografamos o que somos e, por isso, vamos aos poucos nos descobrindo. Cada ensaio no qual nos aprofundamos vai nos revelando, em camadas: quem somos, para onde vamos, como viemos pra cá, o que é tudo isso aqui. O universo sempre conspira a favor de um fotógrafo, de um artista. Não somos nós que criamos imagens. é a própria Fotografia que nos utiliza como aparelhos captadores de si, seja a imagem tirada ou criada”, encerra ele.
Aqui, mais cliques da série ‘Quarentena’:
https://www.instagram.com/p/CAdzA-egk6v/
https://www.instagram.com/p/CApmUMbAD6G/
https://www.instagram.com/p/CAi2zx2gyHR/
https://www.instagram.com/p/CAgrGosgL71/
https://www.instagram.com/p/CAT8ZgnARl7/
https://www.instagram.com/p/CATAxFhg_Xv/
https://www.instagram.com/p/CAqaDJuAC-6/
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