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Aprenda algumas técnicas para relaxar / Crédito: Getty

Respire fundo! Desde que o coronavírus se tornou uma realidade cruel em todo o mundo, mantendo milhões de pessoas dentro de casa e mudando completamente a rotina de todos, muito se fala sobre saúde mental. A pergunta que nos ronda é sempre a mesma: como manter a cabeça no lugar durante essa situação tão delicada? De fato, a tarefa não é fácil. Quando regras que mexem com o nosso direito de ir e vir são impostas, e o único lugar realmente seguro é dentro de casa, ficamos mais ansiosos, angustiados e apreensivos.

De acordo com a psicóloga Vânia Calazans, estamos em um estado primitivo de sobrevivência, no qual ficamos confinados dentro da “caverna” para nos defender e também defender a nossa família, ao mesmo tempo em que sentimos muito medo. Apesar da situação tensa, a maneira como cada um lida com essa fase é pessoal: “Cada um de nós tem um jeito de funcionar, têm pessoas que estão mais irritadas, outras mais ansiosas ou ainda mais otimistas. O que acontece é que numa situação como essa, ainda estamos tentando entender o que será do futuro. Ou seja, ninguém está no seu estado de funcionamento psíquico normal, por causa do impacto causado pela situação em  nossas vidas. É um momento de estresse não só em relação ao vírus, mas o confinamento também”, relata.

A Positividade pode ajudar

Sabemos que não é fácil manter pensamentos positivos nesse momento, mas analisar apenas o lado negativo da situação tende a piorar ainda mais. Isso porque pessoas mais tranquilas tendem a responder melhor ao confinamento, mesmo que estejam mais ansiosas do que antes, enquanto as pessimistas e irritadas vão responder a isso de uma maneira muito pior.

“Não existe uma receita de bolo para manter a saúde mental, temos que prestar atenção no nosso funcionamento e quem nós somos no dia a dia, e aí sim começarmos a lidar com a frustração que essa realidade atual pode nos causar”, explica Vânia: “O que não devemos fazer é ruminar a todo momento pensamentos como: ‘eu queria estar lá fora, ‘eu queria sair com os meus amigos’. Temos que entender a situação e, paralelamente à frustração que sentimos, aprender a construir resiliência para aceitar essa dificuldade. É sempre importante lembrarmos que já passamos por coisas piores, e isso vai passar”.

O alimento da mente

Pensamentos são como o alimento da mente. Por essas e outras, quando pensamos em muitas coisas negativas ao mesmo tempo, nos sentimos mal e indispostos: “Se você fica em casa e foca nos pensamentos negativos e em tudo de ruim, alimenta esse lado negativo e começa a sentir raiva ou muita tristeza. O pensamento é um comando cerebral. Se você pensa, você sente. Essa negatividade toda pode levar a um estado de depressão”, revela a psicóloga.

Mudar faz bem?

Temos acompanhado um movimento gigantesco de mudanças de visual. Já teve quem pintasse o cabelo de rosa, azul e arriscasse cortar a franja sozinha. Essa reação, de acordo com Vânia, pode ser uma alternativa de transgredir e confrontar tudo o que está acontecendo: “Não vejo isso como um padrão exatamente, ou uma estratégia. Mas, de certa forma, quando as pessoas se sentem presas e sem a liberdade que tinham antes, buscam uma tentativa de transgredir e experimentar coisas novas que estão ao seu alcance. Pode ser uma resposta de revolta, ou enfrentamento. Isso vai muito de cada um, mas pessoas mais curiosas e questionadoras tendem a adotar mais essa postura”, conclui.

E o que mais pode nos ajudar?

Segundo a psicóloga, se a sua rotina foi brutalmente modificada e você tem dificuldades de se adaptar, ouvir músicas que gosta enquanto faz essas novas atividades ajuda a acalmar: “Temos que ter a consciência que são os nossos pensamentos que modificam o nosso estado de humor. Quem constrói o nosso jeito de viver, somos nós”, explica a doutora. Além da música, lembrar em acontecimentos bons que você pode fazer ao longo do dia, como assistir série ou ler um livro, tende a tranquilizar.

Respire

Outra dica de ouro de Vânia Calazans envolve algo que fazemos todos os dias e de maneira natural: respirar. Mas calma, existe uma técnica especial que gera inúmeros desafios. “A respiração diafragmática fisiologicamente traz um estado de relaxamento, e esse estado promove um bem estar muito grande, e isso é cientificamente comprovado. Além disso, quando estamos nesse relaxamento, produzimos mais células NK, que ajudam na defesa do nosso sistema imunológico, então essa respiração não só tranquiliza, como melhora nossa imaunidade”, conta a psicóloga.

E como fazer?

O exercício é simples: a pessoa deve inspirar profundamente pelo nariz e fazer uma contagem mental de 4 segundos, no ritmo dela. Depois, é importante segurar um pouco o ar, novamente fazendo a contagem, mas, dessa vez, 7 segundos. Lembre-se que não é necessário segurar muito o ar, esse momento não pode ser de desprazer e foi feito apenas para ritmar a respiração. Logo em seguida, expire pela boca assoprando até esvaziar todo o ar. Nessa parte, faça uma contagem de 8 segundos. Faça uma sequência de 10 respirações.

A contagem numérica mental é extremamente importante para que a pessoa pense apenas no exercício respiratório, e não em problemas ou frustrações.

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