Foram necessários 13 anos para que Anya Hindmarch, que em 2007 declarou guerra às sacolas plásticas e lançou sua própria ‘tote bag’ 100% eco-friendly, recriasse uma nova versão do produto que causou uma revolução fashion – e dessa vez muito mais chic. Batizado “I’m NOT A Plastic Bag”, o acessório do bem logo se tornou must have entre os fashionistas, causou filas quilométricas em muitas boutiques mundo afora e – mais importante do que tudo isso – acabou levantando a discussão sobre as formas que o principais players da moda podem contribuir para a sustentabilidade ambiental sem correr o risco de afetar seus lucros (um estudo feito pela fundação britânica Ellen MacArthur, que promove novos conceitos corporativos, concluiu que uma economia circular no mundinho pode dar vida a uma indústria de US$ 500 bilhões/R$ 2,2 trilhões por ano).
A Apple, por exemplo, acabou criando dez anos mais tarde um projeto inspirado na bolsa de Hindmarch com o qual realiza estudos desde então sobre a possibilidade de eventualmente fabricar seus iPhones e afins com materiais 100% reciclados. E a gigante americana anunciou recentemente que criou um robô, batizado Daisy, que consegue desmontar até 200 unidades do smartphone mais famoso do mundo por hora, numa prova de que está quase alcançando o objetivo.
Empresas do porte da Apple, no entanto, não estão entrando na onda sustentável simplesmente porque são boazinhas. Isso porque várias pesquisas já indicaram que os consumidores de hoje são muito mais ligados em questões que dizem respeito ao meio ambiente na hora de sair às compras, algo que preocupava poucos há uns 20 anos atrás. Pioneira desse movimento, Hindmarch espera conscientizar mais gente com sua tote bag reestilizada, que será vendida apenas nas lojas da estilista britânica localizadas em Londres e Tóquio por £595 (R$ 3.385) – ou £695 (R$ 3.954), no caso de quem optar por personalizá-la. O preço é salgado, e bem mais alto do que os £5 (R$ 28,45) cobrados pelas “I’m NOT A Plastic Bag” de 2007 que, por sinal, deram prejuízo para sua criadora. Mas a maior parte das clientes dela não liga pra isso mesmo, sem falar que a causa é boa. (Por Anderson Antunes)
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