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Lançado este mês na Flip, em Paraty, ‘Mr. Babenco’, reúne conversas emotivas e reveladoras de Bárbara Paz com Hector Babenco, morto em 2016, um dos grandes cineastas brasileiros e seu companheiro na vida e na arte.

“Foi em Paraty que conheci Hector, há 12 anos”, lembrou a atriz e escritora durante o lançamento do livro. E ela foi além, produziu e dirigiu o doc “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, que foi selecionado para a Mostra Venice Classics no 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Filme e livro se desenvolveram juntos, e traçam um paralelo entre a arte e a doença de Babenco que, durante anos, lutou contra um câncer.

Entre as memórias do cineasta recuperadas por Bárbara e publicadas no livro, chama a atenção a avaliação que ele faz da própria obra. O longa ‘Pixote’, um de seus maiores sucessos, nasceu de sua indignação com a situação dos meninos abandonados. “Eu tinha ido com um amigo fazer umas fotos numa unidade da Febem do Tatuapé. Dei meu telefone para vários dos meninos e não deu outra: um par de dias depois, houve uma fuga em massa e o telefone começou a tocar, e eu me encontrei com os meninos, eram 10 ou 12, fomos comer hambúrguer. Aí eles começaram a contar histórias. Decidi começar a construir histórias. Li o livro do (José) Louzeiro, ‘Infância dos Mortos’, e comprei os direitos. Assim nasceu ‘Pixote'”, conta.

Outra passagem curiosa da publicação dá conta de que o ator Burt Lancaster viveria o homossexual Molina, em ‘O Beijo da Mulher Aranha’, se não tivesse sofrido um ataque cardíaco. Bárbara também compilou poemas escritos por Babenco ao acaso, como ‘Morte de Papai’:
A morte
morreu
de pena
ao vê-lo esquecido
de esquecer sua existência
havia morte antes.

Não houve trovão
Nem paz
Houve o que aconteceu.

Glamurama já ganhou seu exemplar e vai mergulhar nessa leitura. Na próxima quinta, dia 1/08, Bárbara Paz fará noite de autógrafos de ‘Mr. Babenco’, na Livraria da Vila dos Jardins, em São Paulo.

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