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Pamela Anderson || Créditos: Wikimedia Commons
Pamela Anderson || Créditos: Wikimedia Commons

Presente em um leilão beneficente em prol de crianças carentes realizado na noite da última terça-feira no Stade Vélodrome de Marselha, na França, Pamela Anderson abandonou o evento às pressas e bastante decepcionada assim que um dos itens doados para serem vendidos no martelo – uma guitarra que pertenceu a Bruce Springsteen – acabou sendo arrematado por € 100 mil (R$ 444 mil), soma que foi inteiramente entregue para os responsáveis pela campanha de restauração da Notre-Dame de Paris, alvo de um incêndio há dez dias. Em sua conta oficial no Twitter, a estrela de “Baywatch” explicou o motivo que a levou a fazer o aparente protesto.

“Foi arrecadada uma quantia enorme de dinheiro para as crianças, até que, de repente, propõem um ‘maravilhoso lote surpresa para beneficiar a Notre-Dame que levou quase o dobro de todos os outros lances”, Anderson escreveu no microblog nessa quarta-feira, sem esconder a irritação. A atriz canadense foi convidada para ser a mestre de cerimônias do leilão junto com Adil Rami, jogador do Marseille, e mais tarde pediu desculpas a ele por tê-lo deixado sozinho a cargo da tarega e pela reação intempestiva que teve, apesar de que não demostrou ter se arrependido.

No total, foram arrecadados € 439,76 mil (R$ 1,95 milhão) para a causa original, sem contar a bolada destinada à catedral francesa, que já recebeu mais de € 1 bilhão (R$ 4,44 bilhões) de bilionários da França e de outros países. Muitos franceses, aliás, nutrem uma certa desconfiança diante de tamanha generosidade que consideram ser “seletiva”. É que na terra deles, esse tipo de gesto da parte de grandes empresários geralmente acaba tendo desdobramentos que no fim sobram para os mais pobres de lá.

Um exemplo disso é a construção da Fundação Louis Vuitton, bancada por Bernard Arnault (que doou € 200 milhões/R$ 888 milhões para a Notre-Dame): dos quase € 800 milhões (R$ 3,55 bilhões) que a obra inaugurada em 2014 consumiu, mais de € 600 milhões (R$ 2,66 bilhões) foram levantados via incentivos fiscais federais, de acordo com o grupo francês anticorrupção FRICC. Ou seja, nesse caso específico quem pagou a maior parte da conta foram os contribuintes médios, aqueles cujos saldos bancários estão bem longe dos dez dígitos. (Por Anderson Antunes)

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