David Lynch está longe de ser um Steven Spielberg ou um James Cameron, já que seus filmes raramente se destacam quando o assunto é aquilo que realmente importa em Hollywood: muitos ingressos vendidos mundo afora. Isso sem falar que o cineasta americano – que completou 73 anos – é econômico nos lançamentos, e roda em média um filme a cada três anos.
Apesar da pouca assiduidade, Lynch consegue se destacar na indústria cinematográfica como poucos, ao ponto de ter sido eleito pelo “The Guardian” em 2007 como “o diretor de cinema mais importante de sua geração”. Em homenagem a ele, Glamurama lista 5 dos melhores longas do gênio da telona para maratonar nesse fim de semana. (Por Anderson Antunes)
“Cidade dos Sonhos”, de 2001
Quem não assistiu precisa conferir urgentemente. O título é uma referência a Los Angeles, onde milhares de pessoas desembarcam todos os anos sem grana no bolso e com o sonho de conquistar a fama. É o caso da ingênua Betty, vivida por Naomi Watts, que emigra do Canadá para a cidade. Um encontro inusitado em meio a um acidente que resulta na perda da memória de alguém dá o tom da história, considerada por muitos como a melhor já contada no cinema nas últimas décadas.
“Veludo Azul”, de 1986
O filme começa com Jeffrey, personagem interpretado por Kyle MacLachlan, voltando pra casa e encontrando uma orelha – sim, uma orelha humana – no chão, sem qualquer vestígio de quem a possa ter “perdido”. Como a polícia não dá muita bola pro caso, ele resolve tentar desvendar o mistério com a ajuda da filha e de um detetive. O que acontece a partir daí é um daqueles casos bizarros que só existem mesmo no ‘universo lynchiano’, e que nesse caso ainda conta com o charme extra de Isabella Rossellini em um de seus melhores papéis.
“Eraserhead”, de 1977
A trama aparentemente macabra tem doses de humor negro e envolve um reservado funcionário de uma fábrica que se vê obrigado a subir ao altar com uma antiga namorada que afirma estar esperando um filho seu. Tempos depois, o bebê nasce, só que é uma aberração e acaba sendo abandonando pela própria mãe. Foi o primeiro longa de Lynch e é até hoje um dos mais elogiados. Inclusive por causa da trilha sonora by Peter Ivers.
“O Homem Elefante”, de 1980
Já deu pra perceber que Lynch adora uma bizarrice ‘à la’ acredite se quiser, né? E nesse clássico de quase 40 anos ele se superou, contando a história de um inglês que vive recluso em um circo em razão de uma doença que desfigurou seu rosto. O sofrido homem é então descoberto por um médico, vivido por Anthony Hopkins, que tenta integrá-lo à sociedade como alguém normal, como de fato é. Mas o mundo é cruel e as pessoas, mais ainda. Em resumo, finais felizes não fazem muito o estilo do diretor…
“Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer”, de 1992
Nenhum fã de Lynch que se preze releva a importância desse sucesso cult, que nada mais é do que um prelúdio da cultuada série de televisão homônima. Pra quem está por fora do hit da telinha nos anos 1990, esta mostra a rotina de uma investigação do FBI sobre o assassinato de uma estudante colegial. O filme se passa uma semana antes do crime e termina com a morte cruel da garota. Mais Lynch, impossível.