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Simone Klabin e seu livro editado pela Taschen || Créditos: Divulgação
Simone Klabin e seu livro editado pela Taschen || Créditos: Divulgação

Simone Klabin é a primeira brasileira a assinar um livro Taschen. “Food & Drink Infographics” é também a primeira publicação da editora sobre gastronomia. Glamurama foi conversar com a viúva de Paulo Klabin, radicada em Nova York, sobre como uma advogada com mestrado em Cinema, especialista em propriedade intelectual e colecionadora de arte acabou escrevendo um livro com 300 infográficos sobre temas relacionados à culinária. E com o respaldo da Taschen. Vem ler! (por Michelle Licory)

Glamurama: Você coleciona arte. A aproximação com a Taschen veio daí?

Simone Klabin: “Além de gostar de arte, gosto de livros também. Até uso bastante o Kindle, mas nada substitui o livro de papel, o livro-objeto. A Taschen é mestra nisso. Eles criam livros que acabam se tornando objetos de desejo, principalmente com as edições de arte, e as edições limitadas. Esses livros são sensacionais. Não me defino como uma colecionadora, acho que o colecionador tem um perfil específico – seu olhar se atém a um tema particular que absorve seu foco e dedicação. Conheci várias pessoas com esse perfil, fui casada com um colecionador. Foram 17 anos de vida em comum, e apesar de compartilhar com o Paulo o interesse pelas artes, não me defino como uma colecionadora”.

Glamurama: E como uma advogada com mestrado em Cinema acaba escrevendo um livro sobre comida e bebida? Era um hobby? Você cozinha em casa?

Simone Klabin: “Entendi que o que permeia minha ligação com o cinema, o Direito, e mesmo com as artes vem do interesse por narrativas, pelo contar de uma história. Daí meu encantamento inicial pelos livros. Um advogado também escreve histórias, mas com parâmetros técnicos e pragmáticos. O cinema conta histórias utilizando várias camadas de informação- o texto propriamente dito, a camada auditiva, e o componente visual. Sou uma pessoa muito visual, e daí minha afinidade com a arte e o design. Adoro comer e beber bem, sobretudo, gosto de compartilhar a mesa com pessoas queridas. Em casa, preparo tanto as refeições do dia a dia como cozinho para os amigos. Gosto de receber, e isso me despertou o interesse pela comida e a cozinha. Hoje meus filhos estão crescidos, e não moram mais comigo. Ambos sabem cozinhar, mas quando estou com eles o que pedem são aquelas comidas que trazem o tempero da infância, e que não encontram nos Estados Unidos, onde moram. Faço arroz com feijão, empadão de palmito, bolo de carne. É incrível como a comida produz uma memória afetiva”.

Simone Klabin || Créditos: Divulgação

Glamurama: O que representa pra você ser a primeira brasileira a escrever um livro Taschen?

Simone Klabin: “Fico muito orgulhosa de ter realizado uma obra publicada pela Editora Taschen, e honrada pela oportunidade. Não acho que o fato de ser brasileira tenha influenciado a decisão da editor de publicar o projeto, por outro lado fico feliz que consegui imprimir um pouquinho do tempero brasileiro ao incluir um gráfico de feijão com arroz, e até outro de brigadeiro”.

Glamurama: É uma editora tradicionalmente elitista. Para que público você escreveu esse livro?

Simone Klabin: “A ideia desse livro surgiu a partir de uma série sobre infografia que a Taschen já publicava. Os títulos nasceram no departamento de design gráfico, e o projeto foi concebido para se adequar àquele formato específico. Originalmente eram destinados principalmente aos designers, mas creio que ‘Food & Drink Infographics’ alcança um público maior. De uma maneira ou de outra, a comida permeia a vida de todos nós. Esse é um livro que une o interesse pelo visual ao interesse pelo universo da comida e das bebidas. Não é um livro de receitas, mas tem muitas curiosidades, dados históricos e informações práticas”.

Glamurama: O que te inspirou a trabalhar com infográficos? Na sua opinião, quais são as melhores “dicas” do livro?

Simone Klabin: “Quando entendi um pouco mais sobre o universo dos infográficos, percebi que eram uma ferramenta narrativa potente e bastante atual: rápida, de comunicação fácil e concisa no conteúdo informativo. Gosto de livros de receitas, e sobretudo dos livros de narrativas históricas que trazem o elemento da culinária como catalizador. Adoro comer bem e experimentar novas combinações de sabores e texturas. Por fim, a cozinha faz parte do meu dia a dia e está sempre na minha cabeça. A ideia ocorreu naturalmente, juntei uma coisa com a outra. Não consigo definir quais são as melhores dicas do livro. Acho que cada pessoa se identificará com uma parte do conteúdo. Para mim, o inusitado esteve presente em diversos momentos. Por exemplo, quando entendi melhor o processo de produção de whiskey, percebi a razão de gostar mais do whiskey irlandês do que do que do whisky escocês- também quando escrever “whiskey” ou “whisky”. Outra surpresa foi quando encontrei uma receita de sorvete de baunilha escrita à mão por Thomas Jefferson. Ele era bastante interessado, entre outras coisas, em receitas culinárias. O ‘mac ‘n cheese’, tão popular hoje, foi introduzido aos americanos através dele. Foi também através de um infográfico sobre como dispor as pessoas ao redor de uma mesa que aprendi que se casados há menos de um ano, um casal senta-se lado a lado”.

Glamurama: Quais são seus chefs brasileiros preferidos? E em Nova York, quais são seus lugares preferidos para comer?

Simone Klabin: “Acho difícil comentar sobre chefs pelo Brasil porque não estou tão interada. No Rio, adorei a cozinha do Alberto Landgraf. Ele pensa sobre comida de uma forma interdisciplinar, o que é muito interessante, mas sobretudo deliciosa. Por outro lado, também me interesso por comida de boteco, comida vegetariana, ou uma culinária mais tradicional. Ou seja: gosto de comer de tudo! Por exemplo, em NY, dois dos meus lugares favoritos são o Eleven Madison, do chef Daniel Humm, o Le Coucou, de Daniel Rose, e ao mesmo tempo adoro o vegano Candle 79, trabalho conjunto de Joy Pierson, Angel Ramos, e Jorge Pineda.

Trecho do livro “Food & Drink Infographics” || Créditos: Divulgação

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