Julia Monteiro de Carvalho é das glamurettes mais meigas do Rio. Aquele tipo de sorriso doce, queridinha da turma… Mas o hobby da joalheira – e agora designer de bolsas – passa longe do universo “mulherzinha”. A moça é da galera do pedal, sabia? Ah, e os treinos começaram inspirados pelo marido dela, Ernani Júdice.
“Bicicleta não é uma paixão de criança. Comecei a pedalar há três anos. O Ernani começou uns seis meses antes e logo ficou viciado, o que acabou me despertando uma curiosidade. Ele chegava em casa falando o quanto era incrível fazer o esporte no meio da linda natureza da nossa cidade. As vistas, os caminhos , os bichos… Eu treino com o Peter Pichnoff, um excelente triatleta, e ele com o Aaron Long, um coach que mora em São Francisco e manda planilhas para ele seguir”.
Perguntamos que provas Julia já disputou. “As mais marcantes foram Mont Ventoux, que venta muito, Alpe D’Huez, que é famoso por suas 21 curvas duras, e no nosso Brasil a serra do rio do Rastro, em Santa Catarina”. A bicicleta vai junto em todas as viagens? “O Ernani leva a dele em todas. Brinco que é a nossa terceira filha. Eu levo nas viagens que as meninas não vão com a gente [eles têm gêmeas de 7 anos]”.
A gente pediu dicas, claro. “O equipamento certo com certeza faz toda a diferença. Capacete é obrigatório. Luvas e óculos também. Sempre pode cair algo no olho e aí o perigo de queda é muito grande. Quando eu troquei de calçado, do tênis para a sapatilha, senti muita diferença e hoje quando vou andar de bicicleta sem sapatilha me enrolo toda. As roupas específicas para a prática do esporte são desenhadas para ajudar na aerodinâmica e praticidade, têm bolsos para guardar gel [de carboidrato] e snacks. Existem marcas superlegais tipo a Rapha, que já teve colaborações com Paul Smith. Tem a Passione, a Café du Cycliste. E cada vez mais surgem novidades bacanas”.
E mais: “Uma coisa muito importante é fazer o bike fit. Às vezes você fica sentindo uma dorzinha lá incomodando, acha que é besteira, mas é por causa de um centímetro errado na posição da bicicleta. Tem que estar tudo ajustado perfeitamente para as suas medidas, bem encaixadinho, para você não se machucar, não sentir dor. A bicicleta de montanha é diferente da de triathlon… Eu faço mais montanha aqui no Rio, pouco treino plano. Costumo ir para o Alto da Boa Vista, Cristo, Tijuca, Vale Encantado. Fazer musculação ajuda muito. E como os treinos demoram algumas horas, meus nutricionistas sempre aconselham comer a cada 40 minutos nuts, banana ou o gel… E beber muita água. Por isso os bolsos na roupa. Não é frescura, não”.
Como é pedalar com o marido? Hum, não é bem assim… “Ele é bem mais forte que eu e pratica seis vezes por semana com um grupo. Então a gente pedala junto nos dias em que ele não está treinando pesado. Eu hoje alterno meus treinos com corrida e tênis. Diminuí um pouco por conta do aumento da violência aqui no Rio. Comecei a ficar com um pouco de medo de sair pedalando sozinha pelo Alto da Boa Vista, mas eu amo… Assim que voltar a me sentir segura, com certeza vou aumentar minha frequência de treinos”. (por Michelle Licory)
- Neste artigo:
- ciclismo,
- ernani judice,
- Julia Monteiro de Carvalho,