Leticia Colin está irretocável como a prostituta Rosa em “Segundo Sol”. Literalmente rouba a cena com seu sotaque baiano perfeito e todo o body language que imprime na personagem, para não falar em toda a potência de sua atuação como um todo. Sim, ela não começou ontem, mas chegou a hora, a oportunidade dela mostrar a que veio. Glamurama foi conversar com a atriz, de 28 anos, que se mostrou bastante pé no chão, com a maturidade de uma veterana.
“Sempre apontei para esse lugar, estou colhendo o que plantei. Não é fácil. É muito desafiador. Cada dia é uma conquista, conseguir passar essa verdade… Ela vem de um núcleo familiar de muito sofrimento, com aquele pai machista, tem um trabalho desgastante, dificuldade de lidar com a patroa, uma vida amorosa atribulada… Minha vida está ótima, mas tenho que resolver os conflitos dela. Fazer ela feliz é meu objetivo”.
“Ela tem uma opinião muito livre sobre a profissão dela. E provoca uma discussão que me deixa muito satisfeita. Percebo um respeito muito grande pela opinião dela. A Rosa não está sendo julgada. A galera da internet a acolheu, entendeu o posicionamento dela.
Pra mim essa repercussão positiva também é uma surpresa. Por mais que eu tenha uma trajetória longa porque comecei muito cedo, não consigo saber o quanto vou render. O legal de uma personagem que te exige tanto, tão complexa… É que eu mirei num alvo difícil, e isso me trouxe muitos problemas, me botou num caminho de muito trabalho. E me surpreendo quando a cena comove. Pra mim, não é certo. A interpretação é mística, misteriosa. Pra mim não era certo que isso ia acontecer. Todo dia é uma surpresa maravilhosa, mas que vem de muito trabalho. Estou sempre pensando que pode não rolar… É que todo dia você precisa que aquilo aconteça, que as pessoas embarquem naquela história”.
Leticia sabe que está arrasando, mas prefere a humildade e a precaução. “Estou trabalhando muito, vejo pela internet (o sucesso), mas sempre penso que pode ser uma bolha. Sempre desconfio. Sei que tem pessoas que elogiam, mas o Nelson (Rodrigues) falava que toda unanimidade é burra. De verdade, estou muito comprometida e pra mim o jogo não está ganho. Quando falam essas coisas, fico feliz, mas o bloco novo de capítulos que tenho pra gravar está tão desafiador… Estou nervosa, na maior expectativa. Tenho a impressão que só vou entender isso (a resposta tão positiva do público) quando a novela acabar”.
E sobre as cenas de sexo com Chay Suede…
“Acho belas. A Rosa me ensina a pensar a sexualidade de uma maneira mais saudável, sem preconceito, hipocrisia. Acho que tudo que vai para um lugar mais verdadeiro e orgânico e ótimo. Eles são um casal que tem uma química louca, que quando se encosta tem uma faísca. O espectador merece que contemos essa história de um jeito honesto e verdadeiro. A interpretação vem para um nível muito mais realista. A gente vem aprendendo com a linguagem da série, do cinema, e as cenas de amor vem nesse pacote. Tanto que as pessoas amam o casal. Tenho uma parceria muito grande com o Chay, temos um canal muito aberto. A gente se joga muito, tem uma troca legal. A gente pensa parecido e se desafia parecido. (por Michelle Licory)
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