Veteraníssimo do Carnaval de Salvador, Bell Marques é considerado uma entidade pelos fãs do Chiclete com Banana e do bloco Camaleão. Este ano, comemora 40 anos do Camaleão embalando a ferveção de milhões de pessoas – seja nos circuitos de rua, em shows ou ainda com a venda de CDs -, o que será devidamente comemorado em grande estilo nas ruas da capital baiana, claro. Após 34 anos liderando a banda Chiclete com Banana, Bell decidiu seguir carreira solo. A mudança aconteceu em 2014 e, de lá para cá, o cantor e compositor vem tocando inúmeros projetos, entre eles, a gravação de um DVD da turnê “Bell e suas Antigas” e um documentário contando a história do Camaleão. Glamurama conversou com ele sobre Carnaval de ontem e de hoje, novos projetos e muito mais.
Glamurama: O que podemos esperar do Carnaval 2018 do Camaleão?
Bell Marques: “Esse Carnaval vai ser diferente. A grande magia da festa vai estar nos próprios foliões, que sempre participaram da nossa história e vão estar na folia comemorando com a gente os 40 anos de Camaleão. Junto às pessoas vamos puxar o trio com um repertório com os maiores sucessos de todos esses anos. É o que as pessoas esperam que aconteça.”
Glamurama: Qual será o momento mais especial do Carnaval do Camaleão?
Bell Marques: “O domingo de Carnaval vai ser um grito mais comemorativo. Vão ter shows pirotécnicos e várias alegorias, um bloco totalmente diferente do que a gente tem costume de ver para que possamos ter uma manifestação nova neste ano. Vai ser bem divertido.”
Glamurama: Como você observa as principais mudanças pelas quais o Carnaval de Salvador passou nessas décadas?
Bell Marques: “O crescimento do Carnaval de Salvador profissionalizou muito a festa. Todos nós tivemos que nos adequar. Neste ano, por exemplo, estamos atrasando nossa saída em cerca de 2 horas do horário de costume pra pegar a parte mais fria da tarde. Essa já é uma mudança bem acentuada para esse ano. A chegada dos camarotes também foi um marco. Eles se tornaram uma espécie de arquibancada, transformando o circuito Barra-Ondina em uma passarela de desfiles para os camarotes. Além da prefeitura, que trabalhou pra que o Carnaval se tornasse uma festa que reúne pessoas do Brasil e do mundo inteiro de forma confortável.”
Glamurama: Você prefere hoje ou como era antes?
Bell Marques: “Não acredito que possa enxergar algo ruim na evolução do Carnaval, pelo contrário, aumentamos a quantidade de artistas e de pessoas que visitam nossa terra. Digo que o que se vive aqui não é 10% igual ao que se passa na TV. Ninguém pode morrer sem passar pelo Carnaval de Salvador e principalmente ir atrás do trio, a parte de maior glamour e magia da festa.”
Glamurama: Há algum projeto saindo do forno para comemorar as quatro décadas do Bloco?
Bell Marques: “No dia 18 de janeiro vou fazer um espetáculo beneficente de comemoração aos 40 anos do bloco dentro do Teatro Castro Alves, em Salvador, onde vou contar histórias que marcaram o nosso Carnaval e cantar músicas emblemáticas do Camaleão. É a primeira vez que vou me apresentar pra uma plateia sentada, por isso tô mudando os arranjos de algumas canções, pra adaptar à situação. Muitas surpresas estão sendo preparadas para que na noite todos relembrem de coisas maravilhosas. O Camaleão talvez seja um bloco que mais tenha músicas de sucesso, e essas pessoas não sabem como elas nasceram, como foi que eu cheguei pra fazer essas canções, conversas de bastidores… Além disso, no dia 25 de março acontece na Concha Acústica de Salvador a gravação do DVD ‘Bell e suas Antigas’.
Glamurama: Este projeto vai dar vida a algo maior?
Bell Marques: “Junto com imagens que serão feitas no Carnaval, de bastidores e shows, vai dar vida a um documentário da história do Camaleão.” (Por Julia Moura)