Eva Wilma sobe ao palco do Teatro J. Safra, em São Paulo, nesta quinta-feira, mas não atuará. Glamurama explica. Aos 83 anos, ela encara um novo desafio na carreira: a estreia como cantora. O début acontece como uma participação especial no show “Crise, Que Crise”, projeto musical concebido por Johnnie Beat que vem a ser filho de Eva Wilma. O espetáculo reúne, além de Johnny, os cantores Heloá Holanda, semifinalista do “X Factor”, e William Paiva. A atriz faz uma participação especial soltando a voz em “Uirapuru” – uma homenagem a Inezita Barroso, sua primeira professora de canto -, “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, e “Trenzinho do Caipira”, de Villa Lobos.
Sobre sua estreia como cantora, Eva falou com exclusividade ao Glamurama:”Pra mim é um desafio grande participar de um trabalho com sete músicos. Minha formação musical do passado me estimulou muito a aceitar o convite. Estou feliz e entusiasmada, e na expectativa de que o publico goste.”
E a data não poderia ser mais especial. Em toda sua carreira, são quase 65 anos na ativa, participou de apenas de um musical: “Oh, Que Delícia de Guerra”, em 1967. Mas nunca deixou de lado suas aulas de cantos e de dança. “Sempre achei que o ator tem que saber dançar, cantar e representar. Gosto muito de cantar.”
Aproveitamos a oportunidade para perguntar o que ela acha da nova geração de atores que vem despontando por aí. “Acho que eles vem com vontade de acertar e eu tenho vontade de ajudá-los nessa missão. Quando estamos em gravações trocamos muitas figurinhas. Dos atuais, destaco Silvério Pereira, o Nonato de “A Força do Querer”. Ele é um ator maravilhoso. Além dele, há muitos outros jovens com histórico teatral muito bom, que me deixa realmente entusiasmada”
Eva também acompanha de perto as novelas atuais e revela sua preferência pelas das 6. “Essa que está em cartaz, ‘Tempo de Amar’, é muito boa.” E se nega a fazer um comparativo entre as novelas de décadas passadas e as atuais: “Sempre digo que novela é como contar uma história. Quando a história é boa, a gente não quer que acabe.”
Seu papel inesquecível? “Geralmente o público indica “Mulheres de Areia” e “A Indomada”. Para mim, sempre será o próximo. Mas respeito a opinião do publico e concordo. Fazer as gêmeas Ruth e Raquel, na versão original de Mulheres de Areia (1973), e Altiva, em “A Indomada”, foi muito divertido.” Sobre censura, que voltou a ser pauta no mundo artístico, ela dispara: “Sou a favor da liberdade de expressão, sempre fui, desde a época da ditadura, e esse posicionamento continua.”
Hoje, Eva Wilma tem uma rotina ativa porém tranquila. É dona de casa, lê muito, adora receber a família, passar o tempo com seus cinco netos, mas sem abrir mão da agenda profissional. Atende a entrevistas, vai a ensaios, se reúne com agentes e tudo o mais que permeia a vida de uma estrela. Apesar de não se fazer presente nas redes sociais, está sempre conectada. “Tenho iPhone e uso bastante Whats App e e-mail. Os outros recursos procuro aprender cada vez vez mais.”
Após sua breve estreia como cantora, já engata novo projeto: uma minissérie de quatro episódios feita pela Globo em parceria com a O2. “Gostei e logo aceitei. Começamos a gravar em dezembro”, adianta ela, sem revelar o nome nem quando vai estrear.
- Neste artigo:
- Entrevista,
- Eva Wilma,