Por Michelle Licory
Taís Araújo, no ar no papel de Michelle – personagem símbolo do empoderamento feminino – na segunda temporada de “Mister Brau”, dividiu com Glamurama nesta quarta-feira sua opinião sobre dois dos assuntos mais polêmicos envolvendo a cultura no cenário atual político brasileiro: o protesto de parte da equipe do longa brasileiro “Aquarius” em Cannes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o fim do ministério da Cultura pelo governo interino de Michel Temer.
Sobre os protestos, a atriz, que é formada em jornalismo, disse: “Eu acho Cannes um lugar excelente pra falar, com todo mundo comentando sobre cultura. Acho na verdade que cada um faz o que bem entender. Não tem a ver com ‘obrigação do artista’, como alguns dizem. Ninguém é obrigado a nada, mas se o artista quiser se posicionar, ele vai se posicionar da maneira que achar que é melhor pra ele. No caso dos meninos, eles acharam que Cannes é uma grande vitrine e, de fato, é uma vitrine mundial para alertar o que está acontecendo no país. Então eu acho importante”. Quando indagada se teria feito o mesmo se estivesse no lugar deles, desconversou: “Eu acho que eu faria sim, se fosse algo relevante, igual ao que os meninos fizeram com o que eles consideravam relevante”.
Sobre o fim do ministério da Cultura, desabafou: “Uma merda, né, gente? Cultura é a identidade do país. Se o país não tem a sua identidade fortalecida, acabou. E cultura não trata só de atores. A gente tá falando da nossa Orquestra Sinfônica, da música, arquitetura e tudo mais que representa um país. Não é só Lei Rouanet, é muito maior do que isso. É a identidade de um país. Se o Brasil abre mão de sua identidade, realmente o que seremos, hein? Estamos indo por um caminho deprimente”.
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