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Por Roberta Sendacz

Há, sim, uma grande relação entre um filme musical e um filme erótico: os dois tiram o espectador da realidade, o conduzem para bem longe de onde está. Nesse universo, tudo é muito fantasioso, apesar de fazer sexo ser uma constante no cotidiano das pessoas. Mas o calor do momento do filme é que se responsabiliza por esse “transporte” entre mundos. Sexo no cinema tem suas peculiaridades. Por exemplo, geralmente não se revela se as partes saem satisfeitas da relação. Aparecem apenas as cenas de transa e, se o filme for realmente erótico, mostra-se as zonas erógenas do corpo, mas o sentimento dos personagens em relação ao sexo, quase nunca.

Várias reflexões do tipo estão no livro “Hard Core”, da estudiosa de filmes eróticos, Linda Williams. Trata-se de uma análise histórica e aprofundada do comportamento dos filmes eróticos na sociedade. Passa por feminismo, pornografia e temas que esbarram no erotismo. Outro exemplo de assunto: nos filmes em que uma mulher desempenha o mesmo papel de um homem, há sempre uma cena de um detalhe típico feminino, como levar a mão até a boca e criar uma atmosfera sedutora, revelando sua fragilidade.

A linguagem sexualizada do corpo é realmente fundamental para o cinema. Nos anos 1970, por exemplo, os close-ups nas diversas partes do corpo tinham privilégio sobre outras tomadas, e imperavam no contar da história. Essa indústria é bem desenvolvida!

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