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O feriado de Finados foi de trabalho para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu uma aula sobre a nova ordem global na noite de quarta-feira. O evento, que tomou praticamente todas as cadeiras da Sala São Paulo, no centro da cidade, faz parte do projeto Fronteiras do Pensamento. “Apesar de vir aqui com frequência, é a primeira vez que subo no palco. Em vez de ouvir a orquestra tocar, vou tentar não desafinar”, brincou FHC, que abusou do bom humor na palestra.

* O sociólogo discorreu sobre o movimento de 1968 na França, globalização e as mudanças tecnológicas que afetam a sociedade de hoje, entre outros assuntos. Com a língua afiada em alguns momentos, destacou que “o Brasil não é pobre, mas injusto”. Também arrancou risadas da plateia ao falar da época em que foi presidente. “As principais decisões tomamos de forma solitária. Dá para conversar no máximo com a esposa, se for confiável”, disse, aos risos.

* Depois do evento, em conversa exclusiva com Glamurama, FHC falou sobre o retorno ao Palácio da Alvorada na semana passada para um jantar com a presidente Dilma Rousseff. “É sempre agradável rever o local em que morei tanto tempo. Está muito bem cuidado”, elogiou. Quando o assunto foi a conduta da atual presidente diante da crise política nos seus ministérios e a crise mundial, FHC poupou críticas. “Todo governo tem que enfrentar os problemas, e ela está fazendo isso. Dilma herdou muitas situações difíceis e está tentando resolvê-las. O quadro geral brasileiro dificulta a ação do presidente porque aqui houve um avanço dessa mentalidade do toma lá, dá cá. Isso atrapalha”, disse.

* Entre os poderosos que assistiram a Fernando Henrique Cardoso estavam o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, a jornalista Monica Waldvogel, o psicanalista Jorge Forbes e Pierre Moreau, advogado e sócio da Casa do Saber.

Fernando Henrique Cardoso: trabalhando no feriado

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