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José de Abreu na pele de Gibson
José de Abreu na pele de Gibson || Créditos: TV Globo/ Divulgação
José de Abreu na pele de Gibson || Créditos: TV Globo/ Divulgação
José de Abreu na pele de Gibson || Créditos: TV Globo/ Divulgação

José de Abreu está no ar como o bilionário reacionário Gibson em “A Regra do Jogo”, na Globo. “Ele é um cavaleiro do capitalismo”, sintetiza. O ator diz que adora fazer tipos bem diferentes dele, como o Nilo de “Avenida Brasil”, que “era uma árvore de Natal, uma coisa absurda”. E explica: “Em cena me sinto sem pai nem mãe. Ali nem penso como José de Abreu. Não tenho o menor senso crítico. Me entrego de  cabeça”. Zé ainda confessou os gatilhos – nada sutis – que a diretora Amora Mautner usa para extrair o melhor dele no set. À entrevista! (por Michelle Licory)

 “Não é pra gastar, é pelo jogo do poder”

“Gibson é um químico dono de laboratório e está entre os 10 mais ricos do Brasil. Sofreu um  assalto e sequestraram sua filha. A maioria dos milionários mora fora. Ele mora no Rio, mas cercou a casa dele de seguranças com metralhadoras, cachorro. Morre de vergonha dos escândalos que a família dá. O milionário – não estou falando de qualquer rico – tem uma visão de mundo um pouco diferente dos mortais. Ele não precisa mais de dinheiro pra viver. Nem seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos. E ele tem essa consciência. Então essa coisa de ganhar mais dinheiro é como um jogo, uma roleta. É você ser um cavaleiro do capitalismo. E isso fez com que ele abandonasse um pouco a família. É muito difícil cuidar das duas coisas. Ele não gosta de gente – e eu adoro pessoas, gosto de estar em turmas. É uma realidade muito longe de mim. Sem contar essa parte que me excita demais: colocar na minha boca palavras que jamais diria. Estou tentando passar essa frieza do milionário. Não justifico, mas compreendo o Gibson. No caso dele, a coisa do dinheiro é uma fixação, e não é pra gastar, é pelo jogo do poder. Caiu na colo dele uma fórmula de remédio que faz sua fortuna triplicar a cada ano”.

“Uma coisa absurda aquele ser fora do normal”

“Com o Gibson, estou tentando tirar essa coisa italiana que no Nilo [de ‘Avenida Brasil’] eu pude assumir. Ele é muito contido. Já o Nilo… Durante 35 anos de Globo me pediam: ‘Faz menos, faz menos. Está muito teatral’. Com o Nilo, era ‘faz mais’. Esse personagem era uma árvore de Natal. Não dava nem pra ele aparecer todo dia porque era uma coisa absurda aquele ser fora do normal, dos parâmetros. Interpretar alguém assim é mais fácil.  Quanto mais longe o papel é de você, mais fácil de criar essa personalidade. Quando é muito parecido, as coisas se misturam”.

“Me sinto sem pai nem mãe”

“A Amora [diretora de ‘A Regra do Jogo’ e ‘Avenida Brasil’] tem uma brincadeira comigo: fala que sou o único ator que trabalha com botões. Ela manda: ‘Faz triste, faz rindo, faz chorando. Agora faz lento, faz depressa’. E a resposta é imediata. Adoro ser dirigido. Acho que o ator é um veículo do diretor e do autor. O bom ator é o que entende o que o autor quer e se deixa levar pelas mãos do diretor. Ainda mais quando se tem uma gênia e um gênio nessas funções. Pra mim, é um horror não ser dirigido porque em cena me sinto sem pai nem mãe. Então ali nem penso como José de Abreu. Não tenho o menor senso crítico. Me entrego de cabeça”.

“Como se estivesse fazendo teatro nos anos 60… Ela me provoca”

Esta é minha quinta novela com a Amora. Peguei desde o seu começo e ela sempre foi instigante como diretora, nunca fez só o arroz com feijão, e isso deixa o ator fora da zona de conforto. Chego no estúdio como se estivesse fazendo teatro nos anos 60. Tenho que improvisar, criar fora do texto. E ela me provoca… ‘Você não está aqui. Zé de Abreu não veio hoje, mandou um representante’. É isso que ela me diz quando está muito ruim. ‘Cadê ele? Alô, produção! Cadê o Zé de Abreu? Esse aqui não sabe fazer’.”

* Em tempo: uma última pergunta… O que faria se tivesse tanto dinheiro quanto o Gibson? “Me aposentava e passaria a vida viajando”. Resposta errada, Zé. E seus telespectadores? “Ok, faria uma novela de três em três anos”.

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