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Juan Pablo Escobar, 37, lança livro sobre seu pai  || Crédito: Divulgação

Após muitos livros e filmes já terem sido feitos sobre um dos maiores narcotraficantes do mundo, “Pablo Escobar, meu pai – As histórias que não deveríamos saber” promete trazer uma série de novas revelações. De acordo com o arquiteto Juan Pablo Escobar, filho de Pablo que está no Brasil para o lançamento de seu livro, o traficante chegou a acumular mais de US$ 150 milhões entre dinheiro, propriedades, carros e motos. mas essa fortuna, segundo ele, foi toda repassada aos inimigos após a morte de Escobar, que ameaçaram sua família de morte caso não entregassem tudo. Juan, sua mãe e sua irmã tiveram de recomeçar do zero. “Na época eu não aceitava ter perdido esse império. Era um adolescente de 17 anos. Mas hoje em dia eu agradeço. Estudei, virei arquiteto. Se tivesse seguido com a vida do meu pai eu já estaria morto”.

Suicídio

De acordo com Juan, muitas mentiras são contadas sobre seu pai. Uma delas é a forma como a morte aconteceu, em 1993. Segundo ele, seu pai não foi morto em Medellín por autoridades, mas teria se suicidado antes de ser capturado. “O tiro foi encontrado a três cm de onde ele sempre me mostrou que daria, caso fosse capturado. Ele já tinha se consultado com médicos para saber qual seria a forma mais eficaz para se matar. Alguns falam que é uma teoria minha. Não é teoria, é uma certeza”.

Corrupção

Juan não inocenta seu pai dos crimes que cometeu. Ele pede desculpas às famílias que foram vítimas da violência de seu pai e enfatiza que nada justifica o que ele fez. Mas lembra que para se chegar onde seu pai chegou, ele contou com a conivência de muita gente do alto escalão. Inclusive, ele revela que Pablo financiou duas campanhas presidenciais na Colômbia, a de Alfonso López, presidente entre 1974 e 1978, e Belisario Betancur, presidente entre 1982 e 1986.

Herói

Apesar de seu pai ser considerado um dos maiores bandidos da história, Juan diz que ele é muito idolatrado por muita gente na Colômbia. “Em quase todos os táxis em Medellín você encontra um adesivo com o rosto do meu pai. Ele construiu muitas escolas e ajudou muitas famílias. Ele não queria que os jovens caíssem no mundo das drogas. Pode parecer contraditório, mas o dinheiro do tráfico era usado para isso também. Ele ainda distribuiu muitos táxis para a população. Se um estrangeiro chegava na cidade, por exemplo, meu pai já sabia quem era e onde estava hospedado, os motoristas passavam tudo para ele”.

Ficção X realidade

Para Juan, todos os filmes, livros e séries sobre seu pai feitos até hoje foram tendenciosos. “É sempre uma história hollywoodiana, cheia de atiradores de elite”, diz. Sobre a série que está sendo rodada com o ator Wagner Moura no papel de Pablo, com direção de José Padilha, Juan disse que chegou a se oferecer para ajudar, mas que não obteve resposta até hoje. “Como posso confiar em uma história que não quer ouvir a versão da própria família? Não dá para levar a sério”.

Pai de família

Pablo Escobar era um bom pai e um bom marido, revela Juan. “Era muito amoroso, tranquilo, uma boa pessoa para nossa família. Ele nunca maltratou a minha mãe, nunca a respondeu mal. Tinha um respeito gigante pelas mulheres. Ele era feliz em casa, ou pelo menos tinha uma grande capacidade de ocultar suas tristezas”.

Motivação

Sobre o motivo de escrever o livro, Juan acredita que é uma questão de justiça. “As vítimas têm o direito à verdade. Esse foi meu principal objetivo ao fazer o livro. Segundo, porque quero meu filho [Juan Emilio, de dois anos] tenha um documento para que ele saiba quem foi o seu avô e, por último, para contar a historia como ocorreu de fato, sem manipulações de outros interesses”.

Drogas

Segundo Juan, Pablo não consumia a cocaína que traficava. Ele somente fumava maconha.

Legado

E mais: seu pai provou que o glamour do narcotráfico é ilusório. “Nós tínhamos milhões em dinheiro, mas vivíamos em casas que não tinham água, por exemplo. A grande lição que tirei com o meu pai é que ele me mostrou o caminho que não devo recorrer.” E é justamente assim que o livro o livro se encerra: “A meu pai, que me ensinou o caminho a não ser seguido”.

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Juan Pablo Escobar vive há 20 anos na Argentina com sua mulher e filho. Abaixo, fotos de família que ilustram o livro.

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