Antonio Banderas está se preparando para uma nova empreitada: se matriculou na Central Saint Martins, em Londres, no curso de fashion designer. Durante a conversa que teve com Glamurama na manhã desta terça-feira para promover seu novo perfume, ele contou detalhes sobre o assunto. “Não sei até onde vou chegar com isso, não sei se vou virar estilista, adoraria, mas certo mesmo é que vou fazer alguma coisa dentro do mundo da moda. Com calma. Sou da Andaluzia, e lá a gente acredita que a única certeza é a morte, então quero espremer o máximo da vida. Pensar que fui lá e fiz!”
Tom Ford com botas de cowboy
Perguntamos quem são seus estilistas preferidos. “Tom Ford, Paul Smith, Armani. Nos anos 80, gostava de vestir Versace, quando eu era mais louco. Combinava com aquelas cores e aqueles shapes diferentes. Agora que estou mais velho, Tom Ford combina mais. É mais sério…” As peças preferidas de seu guarda-roupa? “Adoro botas, inclusive de cowboy, e acho legal até com smoking. Do que não gosto? Sandálias de tiras de couro. Meu pé fica suado, acho desconfortável. Mas de Havaiana eu gosto.”
Herói com sotaque
A gente também quis saber quais são os brasileiros que ele admira. “Adoraria fazer um filme do Bruno Barreto. A gente quase trabalhou junto há alguns anos. Respeito bastante o Bruno. Hoje em dia, a criatividade está muito mais na América Latina que em Hollywood. Lá está tudo muito repetitivo. O mercado está em crise, então eles optam sempre por coisas seguras. No entanto, percebo umas mudanças legais. Já há bastante tempo eu era o personagem principal, o herói, o Zorro, e o coadjuvante tinha olhos azuis e falava um inglês perfeito. Mais recentemente eu era o Gato de Botas. As crianças anglo-saxãs têm um herói com sotaque, e o vilão do desenho tinha o inglês perfeito… Isso é ótimo para a educação delas. É uma experiência sociológica. Tenho muito orgulho disso!” Outro brasileiro de que ele gosta? “Confesso que não sabia quem era Vik Muniz [que deu uma festa em homenagem ao ator em sua casa, na Gávea]. Estou impressionado com o talento dele. Vik me mostrou suas obras mais recentes. Achei extraordinário, brilhante.”
Os tópicos do nosso papo foram vários… Sobre as reclamações públicas de Salma Hayek e Patricia Arquette [em relação à diferença de cachê para homens e mulheres na indústria cinematográfica], ele não mediu palavras. “Isso não está mudando, honestamente. Entendo a reclamação. Hollywood só responde ao dinheiro. Salma está certa.” Mudando de assunto, ainda tem espaço para mais um longa de Almodóvar em sua filmografia? “É só ele assobiar que eu vou. E já trabalhei com ele sete vezes… Mas não adianta procurá-lo pedindo um papel, mesmo que de joelhos. Ele só dá se tiver certeza de que você é a pessoa certa.” Sobre o eterno rótulo de latin lover… “Acho que eu represento um personagem, às vezes até me refiro a mim na terceira pessoa. Não me sinto o rei da sedução, não. Acho que isso de os homens ainda sentirem vontade de ter meu cheiro depois de quase 20 anos licenciando perfumes masculinos com meu nome… Bom, nasci em uma pequena cidade espanhola, sem dinheiro, atravessei o Atlântico, fui para Hollywood e hoje tenho uma estrela com meu nome [na Calçada da Fama]. Eles veem seus sonhos refletidos em mim, sou alguém que diz: é possível. Minhas dicas de sedução? Seja natural, respeitador e sincero. E tenha capacidade de jogo porque é um jogo. Você pode ser um pouquinho mau, mas existe uma medida precisa pra isso, para não ser mal interpretado.” ( Por Michelle Licory)
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