Repleto de obras de arte de jovens artistas contemporâneos, o apartamento de Mauro Finatti e Caio Andreazza Morbin é resultado de uma parceria certeira. As fotografias de uma viagem a Chicago ganham status de obra de arte com um backlight. Caixinhas de costura de madeira, herança de família, cobrem uma parede e se confundem com as peças de design espalhadas pela casa. Contâiners de acrílico que funcionavam como porta-trecos agora são mesinhas laterais cheias de charme. Em cada canto da nova morada, em São Paulo, há histórias curiosas que provam a delícia que é construir um lar a dois. Enquanto um tem a ideia perfeita, cabe ao outro buscar a melhor maneira de realizar esse desejo.
Eles estão juntos há seis anos. Mauro é advogado e apaixonado por arte contemporânea. Membro do Núcleo Contemporâneo do MAM, comprou sua primeira obra de arte – um quadro de Gonçalo Ivo – em Nova York há 15 anos e não parou mais. Já Caio é arquiteto e sócio da loja de objetos de design Amma Store. É ele quem assina a reforma do apartamento de 260 metros quadrados na avenida Paulista, mas são de Mauro muitas das ideais que decoram cada cômodo. “Acho que essa paixão pela arte visual do Mauro serve como uma válvula de escape do trabalho dele. Então eu o ajudo a executar”, diz Caio. Prova disso foi a maneira que achou para guardar parte das obras que não cabem nas paredes. Nada de plástico-bolha: Caio criou uma espécie de tela de arame para pendurar os quadros que muda todo o visual da sala principal de acordo com o mood dos donos.
Os móveis, muitos deles trazidos de Nova York, ganharam pelas mãos de Caio uma nova roupagem, como o sofá Philippe Starck e sua capa com estampa de flores azuis, ou as cadeiras de vime, agora na cor preta. Aliás, o preto está no piso, na cozinha, nas passagens para cada ambiente e nos pequenos detalhes de iluminação. “Com toda essa luz natural, a cor ajuda a aumentar o pé-direito e contribui para dar um ar moderno”, ensina o arquiteto, que logo explica o porquê de os móveis estarem sempre soltos das paredes. “É para você poder apreciar mesmo. Dá um fôlego para a circulação. Aqui, até as costas das cadeiras são feitas para serem vistas.”
E enquanto Caio se empolga sobre os detalhes da reforma, Mauro gosta mesmo é de falar sobre sua coleção repleta de artistas contemporâneos brasileiros. “Gostamos de obras figurativas, mas que saiam do comum. É uma forma de ter uma certa abstração na vida”, diz, depois de apresentar a fotografia de Antonia Dias Leite de uma série feita com amigos usando máscaras. São tantas obras que nem o lavabo fica de fora – tem uma peça de Felipe Morozini. Tipo galeria mesmo.
Toda essa paixão pelo visual contribuiu até para a festa de inauguração do apartamento, em plena agito de Réveillon da Paulista. “Fizemos uma festa à fantasia com o tema Great Gatsby. Homens usando roupas de jogador de tênis dos anos 1930 ou smoking, e mulheres com vestidos de canutilhos e piteira. A gente quis brincar com a realidade tão dura que vivemos em São Paulo.” Já imaginou se fosse fácil?
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