Rodrigo Pessoa – tricampeão mundial de hipismo – nasceu em Paris, filho do cavaleiro brasileiro Nelson Pessoa. Um dos maiores representantes desse esporte do nosso país, Rodrigo foi campeão olímpico em Atenas e bronze por equipe em Sidney e Atlanta. Aos 42 anos, ele deve parar de competir depois dos Jogos do Rio, no ano que vem. Glamurama bateu um papo exclusivo com o atleta. Vem ler aqui embaixo!
(Por Michelle Licory)
Glamurama: Soube que esta deve ser sua última Olimpíada. Por que chegou a hora de parar?
Rodrigo Pessoa: Não tomei a decisão ainda cem por cento, mas acho que depois dos Jogos do Rio vai ser o tempo de parar para refletir um pouco, seja para continuar ou para tomar outras direções. Comecei muito cedo, já são 25 anos de carreira e, desde então, o hipismo é a minha vida. O esporte me trouxe muitas alegrias, muitas conquistas, mas todo final de semana tem competição. É uma rotina cansativa e quero passar mais tempo com a minha família.
Glamurama: Influenciou na sua decisão a oportunidade de poder encerrar a carreira no Brasil?
Rodrigo Pessoa: Sempre gostei de competir no Brasil, a torcida é diferente, e poder disputar uma Olimpíada em casa é o sonho de qualquer atleta. Se for a minha última participação em Jogos, certamente será muito emocionante poder dividir esse momento com os brasileiros.
Glamurama: Quais são seus projetos para depois da aposentadoria como atleta? Não pensa em morar aqui no Brasil?
Rodrigo Pessoa: Ainda não tenho um plano concreto e meu futuro vai depender das conversas com a minha mulher [Alexa Weeks], que também é atleta. Minha família será a prioridade. Minha filha mais velha mora nos Estados Unidos, talvez passe mais tempo por lá. Nunca morei no Brasil, seria uma experiência interessante, mas acho difícil. Meus pais moram na Bélgica e a família da minha mulher nos EUA, não teríamos como conciliar. Atualmente vou ao Brasil uma, duas vezes por ano. Mas quando tiver tempo livre pretendo ir mais vezes.
Glamurama: Quais são, na sua opinião, as principais chances de medalha para o Brasil no hipismo como um todo?
Rodrigo Pessoa: A Confederação Brasileira de Hipismo tem feito um bom trabalho de preparação, desde os Jogos de Londres, com as três modalidades: Salto, Adestramento e o Concurso Completo de Equitação. O hipismo já trouxe para o Brasil três medalhas olímpicas e acredito que em 2016, se toda a equipe tiver cavalos de alto nível e bem preparados, teremos muitas chances de conseguir um grande resultado.
Glamurama: Em 2016, teremos duas competidoras famosas também fora das pistas: Athina Onassis, estreando em Olimpíadas, e a princesa da Inglaterra Zara Phillips. Qual sua opinião de veterano em relação às amazonas?
Rodrigo Pessoa: A Athina é uma ótima amazona, ela é muito focada no trabalho e nos últimos anos teve uma evolução muito grande no esporte. Acho que ela poderá fazer uma boa estreia em Jogos Olímpicos no Rio. A Zara, que compete no Concurso Completo de Equitação, é uma atleta muito experiente e vem de uma família com tradição no hipismo. O pai dela, Mark Phillips, foi campeão olímpico por equipe nos Jogos de Munique-72 e prata em Seul-88. Ela alcançou a elite internacional do esporte conquistando o campeonato mundial de CCE em 2006, em Aachen, e logo em sua estreia em Jogos Olímpicos, em Londres-2012, foi medalha de prata por equipe. Os brasileiros podem esperar uma grande apresentação dela no Rio.
Glamurama: Nessas suas seis Olimpíadas, pode destacar seus melhores momentos e os mais difíceis também?
Rodrigo Pessoa: O bronze em Atlanta-96 foi um dos melhores momentos, sem dúvida. Foi a primeira medalha da história do hipismo brasileiro em Jogos Olímpicos. Nossa equipe tinha bons resultados, mas ninguém esperava que conseguíssemos uma medalha naquela ocasião. Teve esse gosto especial. O pior momento foi o refugo do meu cavalo Baloubet du Rouet, na final de Sidney-2000.
Glamurama: Você gosta de assistir a outros esportes? Pensa em estar na plateia de algum durante as Olimpíadas?
Rodrigo Pessoa: Gosto, sempre que posso vou às competições. No Rio, quero assistir ao golfe, que é meu hobby, e também quero ver os jogos da seleção brasileira feminina e masculina de vôlei, gosto muito do Bernardinho e do Zé Roberto. O Zé gosta de cavalos e sempre que pode vai prestigiar as provas de hipismo. Encontrei com ele no começo do ano em uma competição em Miami e quero retribuir nos Jogos. Minha filha mais velha pratica Ginástica Artística, então também pretendo levá-la para assistir às provas.
Glamurama: No geral, quais são suas expectativas para as Olimpíadas do Rio?
Rodrigo Pessoa: Vai ser uma grande emoção poder participar de uma Olimpíada na minha cidade porque a minha família é do Rio. Disputar os Jogos em casa é muito especial e vai ser um fator emocionante e de pressão muito alto, mas a gente vai tentar se preparar da melhor forma possível e ter uma equipe competitiva para poder fazer um bom papel em casa, que é o mais importante. É uma ótima oportunidade de aproximar o brasileiro do hipismo. Deodoro será nossa casa durante a competição, torço para que todas as obras fiquem prontas e que os cavaleiros possam contar com o apoio dos torcedores.
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