Há cem anos nascia Carmen Miranda. É justamente o seu brasileirismo e a sua explosão de cores o gancho para a São Paulo Fashion Week, que começa esta semana. Muito oportuno falar de felicidade em momento de crise e que está deixando empresários da indústria de cabelo em pé. Na passarela com certeza veremos uma moda mais realista, como já vem sendo mostrada no Fashion Rio. Quem sai ganhando são os consumidores, com propostas que precisam ser obrigatoriamente atraentes para fazer com que eles abram a carteira.
De Carmen a moda brasileira pode tirar muitas lições. Ela mesma fazia os seus figurinos, escolhia os melhores tecidos e tinha fixação pelo acabamento das peças. “Carmen tinha um estilo elegante e arrojado. Em um ano morando nos Estados Unidos, mudou o padrão da moda americana, que até então era sem graça e sem ousadia”, explica o jornalista Eduardo Logullo que assina a curadoria da exposição sobre a cantora na Bienal. A mostra vai trazer figurinos, acessórios, as plataformas que ela inventou e muitas, muitas fotografias.
O legado de outro ícone brasileiro, Heitor Villa Lobos (1887-1959), e a música clássica também têm tudo para virar tendência no evento. A Orquestra Sinfônica de Heliópolis, participa ao vivo da apresentação de Fause Haten e o jovem pianista Vitor Araújo se apresenta na passarela da Ellus 2nd Floor, misturando Radiohead com as composições do carioca. Já obras dos vanguardistas John Cage e Iannis Xenakis serão executadas pelo maestro Fernando Iazetta, no desfile de Mário Queiroz.
Do Rio também podemos começar a esboçar as tendências mais fortes do inverno: os blazers compridos, os colares com brilhos, os coletes de tricô, as calças curtas ou com barras enroladas – que ficam por mais um tempo e que Gloria Kalil já definiu como a peça com a atitude não-conformista do momento. O que mais? Acompanhe a cobertura dos desfiles por aqui.
Hermano Silva
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