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Correspondente internacional de Glamurama, Anderson Antunes está sempre antenado com tudo de mais quente que está acontecendo nos Estados Unidos, no Reino Unido, nas principais capitais da Europa… E, foi por meio de uma frequentadora do hi-society de Paris que ele encontrou material para escrever o texto que segue:

 * A figura de Dominick Dunne era tão enigmática que, mesmo depois de morto, ele continua rendendo discussões acaloradas entre os frequentadores do high society internacional. Há quem acredite, por exemplo, que a família do jornalista segurou a informação sobre a morte dele para evitar uma cobertura tímida da mídia, que deu mais atenção à morte do senador Ted Kennedy. O plano pode não ter funcionado muito bem, mas isso não significa que Dunne não atingiu seu objetivo.

* O jornalista falecido aos 83 anos nunca escondeu dos amigos o desejo de que a cobertura sobre sua morte fosse tão cheia de segredos e intrigas quanto os crimes que ele noticiou durante mais de 20 anos nas páginas da "Vanity Fair". Um dos poucos profissionais de mídia com acesso a praticamente todos os meios, Dunne sabia de tudo. E sobre todos.

* Mas, como qualquer pessoa, ele também tinha seus segredos. E foi isso que Glamurama descobriu durante uma conversa informal com uma socialite parisiense, que conheceu Dunne e prefere se manter anônima. Ela contou que o lendário jornalista nutria uma paixão não correspondida por uma brasileira: a bilionária Lily Safra – que ele conheceu há alguns anos, quando a encontrou por acaso no restaurante La Grenouille, em Nova York. Na época, Dunne preparava uma reportagem sobre a morte do banqueiro Edmond Safra, que morreu em um incêndio criminoso em Mônaco, e apesar de tentar inúmeras vezes uma entrevista com Lily, ele nunca conseguiu mais do que uma nota oficial. Eis o que conta a socialite de Paris:

* "O caso sobre a morte de Safra foi um marco na carreira de Dominick. Ele se envolveu bastante naquela investigação. Dizem até que ele foi espionado… O jantar no La Grenouille foi um acontecimento inesperado para ele. Além da Lily, estavam lá o Ezra Zilkha e a mulher dele, Cecile, amigos de longa data dos Safra. A Lily é uma mulher muito reservada, que faz o possível e o impossível para se manter longe dos holofotes. Ela sabia que Dominick estava escrevendo sobre ela e decidiu cortar o mal pela raiz. Como qualquer mulher que sabe usar seu charme, ela o persuadiu, sutilmente, a ser ‘elegante’ e ‘generoso’ em suas reportagens".

* A tentativa, no entanto, acabou saindo melhor do que a encomenda. "Ele achou a Lily fantástica, falava nela o tempo inteiro", conta. De fato, em um de seus últimos artigos, Dunne revelou como gostaria de morrer. "Não quero morrer sob anestesia. Prefiro ser baleado no Plaza ou em Monte Carlo pela Lily Safra. Eu quero algo que saia nos jornais", escreveu.

Dominick Dunne: um apaixonado, acima de tudo

Anderson Antunes

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