INSTANTE DECISIVO
Para o francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), sem dúvida um dos maiores fotógrafos que o mundo já conheceu, fotografar era “um modo de viver”: “Fotografar: é prender o fôlego quando todas as nossas faculdades convergem para captar a realidade fugidia; é aí então que a apreensão de uma imagem é uma grande alegria física e intelectual”.
* E a câmera fotográfica era: “um caderno de esboços, o instrumento da intuição e da espontaneidade, o mestre do instante que, em termos visuais, ao mesmo tempo questiona e decide”, escreveu ele no texto “O Imaginário a Partir da Natureza”, reproduzido na quarta capa do livro “Henri Cartier-Bresson: Fotógrafo”, que a Cosac Naify e as Edições SESC-SP lançam nessa quinta-feira, 17, no SESC Pinheiros.
Lá, no mesmo dia, também será inaugurada uma exposição, que vai até 20 de dezembro, com cerca de 130 das melhores fotos do artista ampliadas sob sua supervisão e oriundas da agência Magnum Photos, criada por ele em 1947, junto com o também renomado fotógrafo Robert Capa.
O livro “Henri Cartier-Bresson: Fotógrafo” foi publicado originalmente em 1979 e traz 155 fotos selecionadas pelo próprio artista numa tentativa de representar sua extensa obra. Em 45 anos de carreira, Cartier-Bresson criou um estilo único e desenvolveu importantes teorias, como a do “instante decisivo”, além de ser um dos criadores do fotojornalismo contemporâneo. Em texto incluído na orelha do livro, o editor da Cosac Naify Augusto Massi explica que no módulo de abertura da obra, a maioria das fotos privilegia lugares de passagem, entroncamentos, pessoas em trânsito ou abandonadas no solo comum da experiência urbana, sejam figuras famosas ou anônimas, intelectuais ou prostitutas, animais ou crianças. Já o segundo módulo nos leva da cidade ao campo, da velhice à infância, da arte à natureza. O terceiro nos remete a manifestações de ordem política.
E, a partir do quarto módulo fica claro que Bresson introduz a técnica do contraponto: o registro de rituais da vida religiosa é contraposto a imagens prosaicas de casais, mesclando sagrado e profano. O que também acontece no módulo seguinte, que muito embora seja dedicado à arte do retrato – de Faulkner, Truman Capote, Bonnard, Giacometti, Ezra Pound, Matisse –, mostra paisagens intercaladas que sugerem um diálogo entre a natureza interior do artista e a realidade física do mundo. No último módulo, impera o senso de humor do fotógrafo, “composto por distintas gradações, que oscilam entre o comentário cáustico sobre a tecnologia e o elogio do ócio, entre a irônica observação da burguesia americana e a joie de vivre francesa”.
DICA DA VILA
No domingo, 20, a Livraria da Vila faz sua promoção anual de livros infanto-juvenis, em todas as suas lojas. Entre as obras que serão vendidas com desconto de 25% estão: “Até as Princesas Soltam Pum”, de Ilan Brenman (de R$ 27,50 por R$ 20,62); “Romeu e Julieta”, de Ruth Rocha (de R$ 29,50 por R$ 22,12) e “Todo Poderoso Timão”, de Ziraldo (de R$ 25,00 por R$ 18,75).
Por Anna Lee
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