Esta semana, Glamurama vai para o mundo da moda e das grandes festas. Nosso convidado para um bate-papo é Sandro Barros, o nome por trás das criações de alta-costura da Daslu Couture. Nessa terça-feira, aliás, Sandro abriu uma exposição na galeria da loja, com uma coleção de looks criados pelo ateliê, entre peças do acervo e das melhores clientes.
* Como foi a trajetória até a Daslu?
“Estudei moda na Faculdade Anhembi Morumbi e no início da carreira trabalhei com produção de moda para revistas. Até que entrei para a Daslu, em 1998, para fazer a produção dos desfiles. Três anos depois, o habillé precisou de um novo estilista. Decidi mostrar meus croquis para a Eliana Tranchesi. Ela aprovou e me contratou! Sempre fui estilista, mas a vida me levou para o lado da produção.”
* Quais são as suas principais clientes?
"Lianinha Moraes, Ruth Malzoni, Cris Saddi e Mônica Silveira Mello, entre outras.”
* Cite alguns dos vestidos mais especiais que você criou.
“Um dos primeiros que fiz me marcou muito. Era para a Ruth (Malzoni), quando o filho dela se casou. Foi uma responsabilidade muito grande, já que era um momento tão importante na vida dela. Fizemos dois vestidos para ela escolher. Outro foi o vestido de noiva de Lianinha Moraes. Tinha uma cauda de 12 metros e tivemos que mandar fazer a renda e importá-la. Tudo para cobrir a escadaria da Catedral da Sé."
* Já aconteceu alguma saia-justa de última hora?
“Claro! Já refiz buquê de noiva na porta da igreja porque simplesmente não combinava com o vestido. Num outro casamento, a mesa de doces despencou no meio da festa. Não pensei duas vezes, fui até a Daslu, que estava fechada, e peguei um bolo cenográfico da Pati Piva para montar a mesa novamente. Não podia deixar a noiva na mão! Já aconteceu também do Rolls-Royce antigo que levava a noiva enguiçar na rua a alguns metros do Jockey Club. Fomos todos andando até a festa, cuidando para que o vestido não sujasse.”
* O que nunca cai de moda?
“Sou muito conhecido pelo meu trabalho com rendas e bordados. Mas são modas que vão e vêm. O que mais gosto de fazer são as ‘tomas’, um trabalho minucioso de pregas. Uso em todas as coleções e em todos os tecidos por ser uma técnica que pude aprimorar muito ao longo dos anos.”
* Como você imprime a personalidade da cliente na criação?
“Nas peças feitas sob medida, passamos por uma primeira conversa em que procuro entender o gosto da cliente. Além disso, é importante saber como será a festa… Minimalista? Rococó? Clássica? O fundamental é fazer o vestido com a cara da noiva e não com a minha ou a da Daslu. Sempre quero respeitar a vontade da cliente.”
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