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EIS A QUESTÃO

A crítica de teatro e especialista na obra de William Shakespeare Barbara Heliodora aposta que o dramaturgo inglês jamais pensou a economia tal como a encaramos hoje, mas não duvida de que ele, observador perspicaz dos aspectos da vida de seu tempo, retratou com exatidão sua presença em todos os seus mundos imaginários. Aspectos esses que o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e economista americano Henry W. Farnam (1853-1933), segundo ela, souberam captar muito bem no livro “Shakespeare e a Economia”, que será lançado na segunda-feira, 7, na Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim, a partir das 19h.

A obra contém em um só volume dois ensaios complementares – escritos em épocas distintas – que mostram como as finanças e os aspectos econômicos e empresariais estavam presentes na obra e na vida de Shakespeare. Em “A Economia de Shakespeare”, Franco fala sobre a economia do teatro, da linguagem e das companhias teatrais, sua organização e seus resultados financeiros. Ele apresenta ao leitor cálculos que mostram como o dramaturgo conquistou uma fortuna considerável – cerca de 1.500 libras na época, o que hoje equivaleria, em uma estimativa hipotética, a 14 milhões de libras.

Já “A Economia em Shakespeare”, de Farnam, discorre sobre a economia no interior das peças do inglês – na voz de diversos personagens, nas metáforas ou alegorias, e nas referências a comércio, profissões, agricultura, tributação ou distribuição de riqueza. Esse ensaio de 1931 traça um interessante painel sobre o surgimento do capitalismo.

E para citar o próprio Shakespeare em “Hamlet”, “eis a questão” que “Shakespeare e a Economia” coloca para o leitor: Terá sido o dramaturgo inglês um milionário do ramo do entretenimento de massa?

Shakespeare entendia mais de economia do que supõe nossa vã filosofia?
TEMPOS MODERNOS

A editora Record, que já lançou este ano um site dedicado à obra de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), coloca no ar a partir da segunda-feira, 7, o twitter do poeta, onde seus leitores poderão acompanhar novidades sobre reedições de livros e eventos em homenagem a ele.

Drummond online

LEILÃO
O manuscrito de “O Original de Laura”, o romance inédito de Vladimir Nabokov (1899-1977) recentemente publicado – e comentado pela coluna –, vai a leilão na Christie’s em

Nova Iorque. Nabokov escreveu esse romance entre 1975 e 1977 mas, pouco antes de morrer, deixou instruções para que fosse destruído, o que não aconteceu. Os manuscritos ficaram guardados num cofre de um banco suíço mais de 30 anos. Segundo a BBC, os herdeiros de Nabokov receberam pela publicação da obra uma soma superior a um milhão de dólares.
A editora Penguin ainda pretende publicar em 2010 uma colectânea de poemas de Nabokov até agora não traduzidos em inglês e, no ano seguinte, cartas inéditas trocadas entre o escritor e a sua mulher.

Manuscrito de Nabokov na Christie's

Por Anna Lee

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