Adélia Prado (1935 -) acaba de entregar à Editora Record os originais de seu aguardado livro inédito de poemas, que terá o título Campo de Névoa.

SILÊNCIO

Adélia Prado (1935 -) acaba de entregar à Editora Record os originais de seu aguardado livro inédito de poemas, que terá o título "Campo de Névoa" e chegará às livrarias em agosto deste ano. Esta obra marcará a volta da autora à poesia depois de mais de dez anos. Seu último livro de poemas foi“Oráculos de Maio” (1999).

A poesia de Adélia Prado é marcada pela forma comovente com que ela trata as coisas simples do dia-a-dia, tendo sempre a sua fé cristã como referência. Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, ela, mineira de Divinópolis, é “lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis”. Em “Oráculos de Maio”, além de destacar o cotidiano, Adélia valoriza o texto oralizado, fazendo uma homenagem à Virgem Maria e dedicando-lhe vários poemas.

Adélia Prado: “fogo de Deus em Divinópolis”

SE A PRESENÇA…

… de Adélia Prado é marcante na literatura brasileira, pode-se dizer que seu silêncio também o é. Antes de “Oráculos de Maio”, tinha ficado sem escrever durante cinco anos, depois de publicar “O Homem da Mão Seca” (1994). Os períodos de silêncio, ela explica como uma “aridez” necessária: “O que se passou? Uma desolação, você quer, mas não pode. Contudo, a poesia é maior que a poeta, e quando ela vem, se você não a recebe, este segundo inferno é maior que o primeiro, o da aridez.” Talvez a literatura seja isso mesmo. Pelo menos é assim para Adélia Prado.

Silêncio: uma aridez necessária para Adélia Prado