Quem esperava ver biquínis e maiôs “tradicionais” na passarela da Rosa Chá, deparou-se com uma bela coleção, mas também com uma dúvida: o que é moda praia e o que é lingerie? Foi o jogo inteligente e intrigante proposto pelo estilista Alexandre Herchcovitch, que desde a estação passada está à frente da marca.
Herchcovitch continua o exercício de modelagem visto na última coleção, que marca a silhueta feminina, brinca com signos fetichistas e ao mesmo tempo não esquece elementos caros à mulher brasileira: estampas, leveza e feminilidade, que sob seu olhar sempre se transformam em uma imagem que passa longe do óbvio e do vulgar.
O corset é uma peça-chave da coleção. Dele partem tops e calcinhas, seguindo a mesma regra de estrutura. E as lingeries pretas (ou seriam biquínis?) transparentes e estruturadas, sem rendas ou frufrus… Queremos já!
As transparências aparecem na medida certa em telinhas de tule, um dos maiores charmes da apresentação. Faixas, tiras e recortes pontuam as peças. Os vestidos longos e esvoaçantes – a Rosa Chá está apostando forte em roupas – devem fazer a cabeça de quem busca peças leves e frescas com design. O desfile parte do preto fetiche para uma série de lindas estampas, em especial a estampa Ave Rara do final, vibrante à moda de Herchcovitch.
Para quem ainda tem dúvida, fica a dica: dependendo da sua ousadia, qualquer peça vai da cama à praia.
Por Camila Yahn
