Por Denise Meira do Amaral, de Gramado
Domingos Oliveira, vencedor de melhor roteiro por seu longa “Infância”, com Fernanda Montenegro no elenco, não pode comparecer, mas deixou uma carta, lida pela produtora Renata Paschoal, e foi bastante crítico com filmes que não cumpram uma função social: “Proponho nesse momento a punição pra sempre da expressão filme de arte, substituindo por filme útil. Assim deve ser o cinema brasileiro, útil. Se for ver o filme, por maior bilheteria que tenha e por mais empregos que tenha oferecido, se eu vou ver esse filme e ele não me oferece munição, não me traz armas para que eu viva melhor, para que eu contribua na construção de um Brasil melhor, esse filme não é bom. É no máximo um produto comercial, como podem ser as bananas e as batatas. Não é arte. Não vale a pena. A arte é útil porque tem um papel social imprescindível.”
* “Infância” narra a história de Rodriguinho, personagem infantil de Domingos Oliveira, com sua família, em uma mansão no Rio de Janeiro, na época de Getúlio Vargas.
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