Com localização privilegiada e uma das populações mais ricas do mundo, Mônaco lembra um cenário de conto de fadas – e não faltam príncipes nem finais felizes
Por Danae Stephan
Só mesmo um lugar como o Hôtel de Paris para fazer você descansar instantaneamente depois de um voo de 13 horas – ainda que na classe executiva. Ao entrar na suíte de 45 m2, banheira de mármore, cama king size e janelas com vista para uma das baías mais charmosas do mundo, a vontade é pedir um xerez e sentar à escrivaninha para ler a correspondência enquanto Cary Grant não aparece para o jantar.
Uma ligação interrompe o devaneio: nossa “guia” lembra que, após algumas horinhas de descanso, nos encontraríamos no lobby do hotel para um drinque com diretores do hotel. Traje social, com direito a casaco de pele fake, para espantar o frio que caiu junto com a noite.
Depois dos drinques, jantar no Vistamar, no Hôtel Hermitage, restaurante com uma estrela no “Guia Michelin”. Isso era só o começo de uma jornada pelos bares e restaurantes mais sofisticados do principado. Nosso roteiro gastronômico e etílico tinha apenas duas interrupções: um tratamento no spa Thermes Marins e uma visita guiada à adega do Hôtel de Paris, orgulhosamente apresentada como a maior adega em hotel do mundo – são mais de 6 mil rótulos, incluindo uma área reservada para os caríssimos Petrus.
O clima de filme romântico dos anos 1950 volta no dia seguinte, em uma visita rápida ao Monte-Carlo Beach, que está a caminho de se tornar o único hotel 100% orgânico do mundo. O almoço no restaurante Elsa é cheio de surpresas, com chips que estalam na língua, azeites especiais e um suflê doce de sobremesa que daria para três pessoas.
Após um descanso merecido – e necessário, por causa do suflê gigante –, um drinque com o diretor financeiro do grupo Monte-Carlo SBM, Luca Allegri. É ele quem sugere o vinho para começarmos: um grand cru da seleção especial de 150 rótulos da adega do hotel, que conheceríamos no dia seguinte. Infelizmente, não era um Petrus… Italiano de Portofino, ele conduz a conversa, agradável, até a hora do jantar – que não acompanha com um efusivo e sincero pedido de desculpas.
A noite continua no grande cassino em frente ao hotel, símbolo de Monte Carlo, completamente vazio nesta época do ano – os meses de janeiro a maio são os mais tranquilos para conhecer Mônaco. O terraço tem uma das melhores vistas da baía, e vale a visita diurna.
Terminamos a noite no bar do hotel, onde o clima muda depois das dez da noite, e lembra mais os filmes de gângsteres dos anos 1940: bilionários russos acompanhados de jovens do Leste Europeu dominam o ambiente. Na mesa ao lado, um desfile de mulheres de 2 metros de altura, que chegam, conversam e saem, como se participassem de um processo seletivo. Pergunto ao garçom o que está acontecendo. Ele, discretíssimo, diz que é uma reunião de amigos que não se viam há muito tempo.
SESSÃO SPA
A manhã do terceiro dia começa mais agitada, com a sessão no spa Thermes Marins, que fica entre o Hôtel de Paris e o Hermitage. O caminho é subterrâneo, por corredores que ligam um ao outro. O tratamento escolhido in loco para o meu tipo de pele foi o Filorga Perfusion, um peeling seguido de crioterapia e finalizado com luz LED. A melhora geral da pele é visível: poros fechados e manchas atenuadas. Todos elogiaram… Depois, um mergulho na piscina salgada do hotel, da qual saímos com os olhos ardendo. Mais um banquete nos espera!
Nossas anfitriãs nos aguardam no Côté Jardin, no terraço do Hôtel de Paris. Clima perfeito: o papo é descontraído, o dia está ensolarado, a comida, deliciosa, o que mais poderíamos querer? Aí vem a surpresa: fomos convidados a experimentar o simulador de Fórmula 1 usado para o treinamento dos pilotos! O aparelho, um enorme videogame, simula diferentes terrenos, e é tão difícil de pilotar quanto, dizem, o carro real.
Muitos acidentes virtuais depois, vamos para o penúltimo almoço da viagem, no Café de Paris. No restaurante a céu aberto, o destaque fica por conta dos frutos do mar e das pernas de rã, macias e temperadas com especiarias. Ante de ir embora, uma passada pelo Museu Oceanográfico, que tem um apreço especial por tubarões. Os aquários, com vidros do chão ao teto, têm algumas das mais de 300 espécies que existem. Na saída, um grande tanque de água abriga filhotes de tubarão que a gente pode tocar, e que se comportam como cachorrinhos: colocam a cabeça para fora, como se pedissem cafuné.
Malas feitas, hora de partir. Para terminar a viagem em grande estilo, outra surpresa: o trajeto de Mônaco ao aeroporto de Nice foi feito de helicóptero! Isso é o que se pode chamar de final feliz…
Danae Stephan viajou a convite do grupo Monte Carlo SBM e da Swiss Air Lines
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